SAÚDE

Ministério da Saúde habilita tratamentos alternativos para serem usados em hospitais

Acupuntura, uso de plantas medicinais e meditação são algumas das práticas que poderão ser oferecidas. Susam analisa demanda para desenvolver serviços necessários no AM

Danilo Alves
07/04/2018 às 19:58.
Atualizado em 13/03/2022 às 03:38

(Fotos: Antônio Lima)

No mês passado, o Ministério da Saúde (MS) incluiu no Sistema Único de Saúde (SUS) 10 novos tratamentos que utilizam recursos terapêuticos alternativos baseados em conhecimentos tradicionais à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PIC). A partir de agora, o SUS está habilitado a oferecer, no total, 29 novos tratamentos alternativos para pacientes.

Entre elas estão homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura, medicina antroposófica, plantas medicinais e fitoterapia e termalismo social/crenoterapia, arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e yoga.

Apesar da PIC ser considerada por terapeutas complementares uma opção a mais para o paciente que realiza o tratamento regular com a medicina tradicional, o Conselheiro Federal de Medicina no Amazonas (CFM-AM), Ademar Carlos, disse que o Ministério da Saúde foi irresponsável após integrar os procedimentos ao sistema público de saúde.

“O conselho recomenda e determina aos seus médicos, as práticas reconhecidas cientificamente com comprovação de eficácia, isso sim. Agora, essas terapias alternativas que não têm nenhum critério científico ou médico, que são apenas ‘imaginações’ que podem dar certo. É uma irresponsabilidade”, disse. 

Mesmo com a reprovação da CFM com as novas opções de tratamento, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que, desde o final do mês de janeiro, implantou uma equipe técnica no Departamento de Atenção Básica do Estado (Dabe) para o desenvolvimento das Práticas integrativas e complementares.

Segundo a Susam, o processo está em fase de levantamento e estudo dos serviços que precisam ser ofertados conforme a demanda. A programação para ampliação inclui uma agenda da coordenação estadual para capacitar cerca de 250 profissionais até o fim de 2018. A Susam esclareceu, ainda, que as práticas serão implantadas em conjunto com as Secretarias Municipais de Saúde (Semsa), que são as principais responsáveis pelos atendimentos.

A inclusão complementa a portaria 145/2018, que incluiu no rol de procedimentos do SUS as práticas integrativas de arteterapia, meditação, musicoterapia, tratamento naturopático, tratamento osteopático, tratamento quiroprático e Reiki.

 Alguns procedimentos já eram oferecidos em Manaus e no interior do Estado. De acordo com dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB), atualmente, na rede pública municipal e estadual, existem 20 estabelecimentos que oferecem tais serviços de PIC, no entanto, com as inclusões, o Ministério da Saúde deve também realizar uma programação para informar e auxilliar pacientes que não têm conhecimento sobre as terapias, até mesmo como maneira de impulsionar o tratamento alternativo para a população.

Importância no cenário atual

Para a terapeuta holística Luscenir Alves, o estresse do dia a dia, os problemas e dificuldades da vida e o excesso de estímulos e preocupações de nossos tempos já decretaram: as doenças universais deste início de século são as do espírito e da mente. Por isso, para ajudar a evitar essas doenças ou auxiliar no tratamento delas existem as terapias alternativas. “Tratamos o cliente de uma forma holística, total, observando como a pessoa está mental, espiritual e fisicamente, porque as doenças somatizam no físico”, disse. 

Luscenir Alves contou que é especialista em diversas técnicas que hoje estão integradas ao SUS, entre elas a técnica do reiki. Segundo ela, a prática é a energia vital do universo, conduzida pelas mãos de um terapeuta habilitado e sintonizada com a energia que cada indivíduo carrega naturalmente em si, necessitando, na maioria dos casos, apenas ser despertada (o que permite a auto-aplicação do reiki).

“Acreditamos que todo ser humano tem em si a energia universal e o nosso trabalho é canalizar essa energia para onde cada pessoa precisa”, explica. “É importante lembrar que o reiki é uma técnica espiritual, não é uma religião, é independente de fé e pode ser feito, inclusive, por crianças e mulheres grávidas”, completou.

A terapeuta acredita que a inclusão das terapias no rol do SUS é importante pelo atual cenário de carência no atendimento da rede pública e que isso não influenciará negativamente no trabalho médico.  “(as terapias) são técnicas simples que resgatam o equilíbrio original do ser humano”. Para ela, a nova integração é fundamental para ajudar a população a não só praticar as técnicas oferecidas, mas também entender como funciona o processo. “Estamos ansiosos de como isso vai ocorrer”, afirmou.

Quem pratica o reiki, como a empresária Adriene Sampaio, 25, disse que a terapia faz diferença. “Procurei a terapia alternativa porque a convencional não estava trazendo os resultados que eu estava buscando, de eliminar a dor”, disse.

“Nossa rotina é tão puxada que esquecemos o quanto nós somos vulneráveis emocionalmente. As energias negativas podem te deixar depressivo e até causar graves doenças. Quem chega em uma sessão como o reiki, imeditatamente se melhor com a imposição das mãos. É só ver para crer”, acrescentou.

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