O aterro sanitário de Manaus tem prazo até este ano para passar por adequações e ou ser transferido para outro lugar, neste caso, Iranduba
(Divulgação)
A mobilização de comunidades de Manaus e Iranduba para impedir a instalação de aterro sanitário da capital no município de Iranduba deve ser vista com maior atenção e alerta por parte das autoridades envolvidas com a proposta. Faz algum tempo que segmentos da sociedade de Iranduba se posicionam contrários à proposta e têm buscado todos os meios legais possíveis para que seja construída outra alternativa ao problema gerado e produzido por Manaus.
Neste domingo, às 9h, ocorre a terceira audiência pública para tratar da destinação final dos resíduos sólidos produzidos na capital com o nome de Aterro Sanitário de Resíduo em Iranduba. Será na Escola Estadual de Tempo Integral Maria Izabel Ferreira Xavier Desterro e Silva, no KM-01, da rodovia Carlos Braga, em Iranduba. Desde o dia 14, organizações representantes de diferentes coletivos promovem atos que chamam atenção para esse tipo de encaminhamento de solução.
Aterros sanitários permanecem como questão grave no Brasil por falta de observância real da legislação. Muitas cidades que integram região metropolitana ou não acabam sendo o endereço. É que tem ocorrido é a transferência do problema de saúde pública de um lugar para outro e, mais, com a marca da imposição, considerando que o instrumento audiência pública, como requisito legal, por vezes é manipulado. Aspectos referentes à data, ao horário e local, em várias ocorrências serviram mais para responder positivamente que a audiência ocorreu do que como constituição de espaço de uma escuta ampla, precedida de divulgação.
Aproximadamente 78 milhões de brasileiros são afetados pelos lixões. A região Norte apresenta o índice mais elevado de destinação inadequada do lixo, seguida pelo Nordeste. Relatório da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) divulgado em 2022, com dados de 2021, mostram que foram recolhidos 836.906 toneladas de resíduos sólidos na cidade, com média diária de 2.292,9 toneladas. No item coleta domiciliar, foram 567.842 toneladas, participação de 67,9 % em relação ao total de resíduos coletados.
A produção elevada de lixo e a destinação inadequada é um dos assuntos de debate em fóruns mundiais, nacionais e regionais porque afeta o meio ambiente e a saúde das pessoas que vivem próximos a esses locais. O aterro sanitário de Manaus tem prazo até este ano para passar por adequações e ou ser transferido para outro lugar, neste caso, Iranduba. Identificar saídas justas e ecossustentáveis é o caminho.