É urgente que o Amazonas vacine 95% do público-alvo, formado, principalmente por crianças menores de 5 anos de idade
(Foto: Reprodução)
A poliomielite, ou paralisia infantil, foi uma das doenças mais temidas do último século, com epidemias que causaram deficiências físicas em milhares de pessoas em todo o mundo. Até hoje não existe um tratamento específico contra a pólio. Apenas na metade do século foi desenvolvida uma vacina eficaz. Foi dessa forma, com vacinação, que a poliomielite foi derrotada. Na época, assim como hoje, não faltou resistência de parte da população que dava ouvidos a todo tipo de teorias conspiratórias contra as vacinas. Felizmente, o bom senso venceu, as campanhas de vacinação tiveram êxito, e a pólio deixou de ser uma preocupação relevante. Hoje, pouca gente se lembra dela.
Mas é importante ressaltar que a doença não está erradicada e que seu controle só ocorre por causa da vacina. Infelizmente, a cobertura vacinal está abaixo do que preconiza o Ministério da Saúde, o que deixa o Amazonas em alto risco para a reintrodução de casos de poliomielite. O alerta amarelo está ligado. Foi por esse motivo que a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) emitiu uma nota técnica aos profissionais, autoridades e gestores em saúde de todos os municípios amazonenses. É urgente que o Amazonas vacine 95% do público-alvo, formado, principalmente por crianças menores de 5 anos de idade. Hoje, esse índice não passa de 68%.
O cenário é grave e exige máxima mobilização das autoridades, pais e de toda a sociedade. A campanha de vacinação ocorre entre 8 de agosto e 9 de setembro. Em Manaus, a Prefeitura vai intensificar a busca por crianças e adolescentes com esquema vacinal incompleto. Não é admissível que uma doença tão grave e já controlada volte a fazer vítimas por causa de baixa adesão aos imunizantes. Não resta dúvida que as mentiras que ainda circulam a respeito das vacinas contra covid-19 contribuem para essa baixa cobertura vacinal. É um quadro que precisa ser revertido o quanto antes.
A desinformação deve ser combatida por uma ampla campanha de esclarecimento direcionada principalmente para os pais das crianças em idade vacinal. O País precisa superar de uma vez essa desconfiança e desinteresse a respeito das vacinas. Não se pode admitir retrocessos.