No artigo de estreia da coluna quinzenal Criatividade & Inovação, Yan Bártholo mergulha nos conceitos dessa habilidade tão requisitada e incompreendida
A imaginação, capacidade de criar o inexistente, é característica da criatividade
Para quem não sabe, a criatividade é a habilidade de criar algo novo e original como solução para os problemas e desafios existentes no nosso dia-a-dia. É aquele famoso pensamento fora da caixa. É ter novos pontos de vista e enxergar o mundo de uma maneira totalmente diferente.
Algumas pessoas até falam sobre a criatividade como um poder, um dom, uma dádiva, “endeusando” e colocando num pedestal esses seres criativos. Mas convenhamos que precisamos dar sua devida importância ao tema, pois ela é e sempre foi muito valorizada na história humana.
Pode até parecer fácil e alguns sortudos realmente nascem com esse “talento criativo”, mas para todos nós, ela é como qualquer músculo que precisa ser trabalhado, estimulado e fortalecido para poder evoluir. É um processo que envolve explorar, experimentar, combinar e reorganizar ideias. Então, a perseverança, a prática e o esforço consciente são essenciais. Tentar e errar faz parte do processo criativo.
Apesar do que muitos pensam, ela não é incomum. Muito pelo contrário. Está inserida nas nossas vidas, podendo ser vista nas mais variadas formas, incluindo arte, literatura, música, design, tecnologia, ciência, negócios etc.
Mas como saber se somos pessoas criativas? Na verdade, é muito fácil. Existem várias características pessoais que podem resolver esse mistério. E a curiosidade é a principal delas. Afinal, pessoas criativas tendem a ter um forte desejo de saber sobre tudo, de aprender, de descobrir coisas novas, saber como as ideias funcionam e ter a necessidade de melhorá-las. Sim, toda ideia inovadora e criativa pode ser melhorada.
Outra característica importante é a imaginação. Essa capacidade que temos de visualizar novos conceitos e de criar o inexistente. É ela que nos leva a viajar por mundos incríveis e desconhecidos quando lemos um livro interessante, quando escutamos uma música que gostamos e até mesmo quando sonhamos. Traduzir essa nossa imaginação em algo concreto e palpável é o conceito básico da criação.
Poucos falam sobre isso, mas uma pessoa criativa também precisa ser muito corajosa. Sair da nossa zona de conforto, do nosso comodismo e assumir os riscos de experimentar coisas novas não é para qualquer um. É muito difícil encontrar quem coloque a cara a tapa pela criatividade e pelo pensamento disruptivo, num ambiente onde fazer o “feijão com arroz” tá bom.
Ser flexível também faz parte das características de uma pessoa criativa. Mudar de perspectiva e pensar de maneira não convencional é essencial para encontrar soluções criativas. Te ajuda a poder se adaptar às necessidades do momento. Nos dias atuais, é um atributo extremamente importante, não importa o mercado que você trabalhe.
Isso tudo também faz com que você seja original, pois quando temos uma inclinação natural para evitar ideias comuns e buscamos caminhos alternativos para resolver problemas, estamos sendo criativos. Pessoas assim, muitas vezes possuem um conjunto diverso de habilidades e experiências que lhes permitem combinar ideias de diferentes campos para criar algo novo.
Um grande pensador desconhecido falou um dia que, para sermos criativos, precisamos ter um oceano de conhecimento, mesmo que esse oceano tenha apenas 2 centímetros de profundidade.
* Yan Bártholo é bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, pela UniNorte. Formado em Redação Publicitária pela Miami Ad School/RJ. Premiado pelo Andy Awards NYC, Effie Awards México, El Ojo de Iberoamerica, FIAP, Young Lions México, Círculo Creativo de México, Colunistas RJ y Wave Festival RJ. Passou pela agência Ogilvy & Mather México e VMLY&R México. Atualmente, é redator senior da agência Only If-The How Company.