Que venha a vacina

Em meio a tanta tristeza e dor por conta da grave crise sanitária que o Brasil, especialmente o Amazonas, enfrenta, duas notícias nos enchem de esperança. Temos uma vacina brasileira eficaz contra o novo coronavírus, desenvolvida por brasileiros com apoio estrangeiro, sendo que o governo federal já anunciou a aquisição de 100 milhões de doses. A segunda ótima notícia é que o Amazonas está entre as prioridades no programa nacional de vacinação. É por esse motivo que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estará em Manaus na próxima segunda-feira. Ele vai discutir com o governador Wilson Lima o plano de vacinação no Estado, tendo em vista a gravidade da situação no Amazonas e o desafio logístico que será levar a vacina às comunidades do interior, sobretudo as indígenas, mais vulneráveis.
É a luz no fim do túnel, a esperança de que estamos caminhando rumo à superação da pandemia. O governo federal, após inexplicável demora, tomou a decisão certa, ao incluir no plano nacional de imunização mais de uma vacina, considerando a enormidade da população. Segundo o ministro da Saúde, o País já conta com 354 milhões de doses de imunizantes contra a covid-19, sendo 254 milhões da vacina de Oxford com a AstraZeneca e 100 milhões da coronavac.
Esta última foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório Chinês Sinovac. A vacina apresentou ótimos resultados, mostrando eficácia de 78% contra o novo coronavírus, podendo, nas palavras de médicos, transformar a covid em uma “gripezinha”. Não se trata de uma “vacina chinesa”, tampouco da vacina do “Doria”. É uma vacina eficaz, pela qual o país não precisará barganhar. No cenário caótico imposto pela pandemia, o Brasil é um dos pouquíssimos países do mundo que podem afirmar que têm uma vacina eficaz contra o vírus, desenvolvida nacionalmente e que, portanto, pode beneficiar prioritariamente sua própria população.
Deveria ser apenas motivo de esperança e orgulho. Mas vivemos tempos realmente difíceis, onde o poder da desinformação mostra força extraordinária.
Mas, apesar do absurdo movimento antivacina, que envolve a disseminação de desinformação com base em motivações políticas de diversos matizes, o bom senso prevalecerá e venceremos a covid da mesma forma que já vencemos a poliomielite, o sarampo, a rubéola... com vacina.