Fila da galera

Parintins 2022: vaga na fila para o Bumbódromo chega a ser vendida por até R$ 50 por pessoa

Todos os anos há aquelas pessoas que madrugam nas filas e vendem a vaga para quem quer garantir a entrada no Bumbódromo

Luana Carvalho - de Parintins
luanacarvalho@acritica.com
24/06/2022 às 12:45.
Atualizado em 24/06/2022 às 12:48

Galera do Garantido reunida na fila do Bumbódromo nesta quarta-feira, 22. (Gilson Melo)

É de lei: quem quiser um disputado espaço na galera do Bumbódromo de Parintins tem que madrugar na fila. E tem quem chegue com até três dias de antecedência para não correr o risco de ficar de fora da festa. Mas, todos os anos, também existem aquelas pessoas que, para conseguir uma renda extra, se sacrificam em nome dos outros torcedores e vendem, literalmente, um lugar na fila. 

Babi Marques tem apenas 19 anos e conta que, desde 2016, “trabalha” como guardadora de lugar na fila do boi-bumbá Garantido. Tradicionalmente, ela é a segunda a chegar, ficando atrás dos primeiros da fila (Grupo Mancha Vermelha). “Já nos tornamos todos amigos”, comenta, ao ser questionada se não corre o risco de haver confusão com a prática de guardar lugar na fila. 

Funciona mais ou menos assim: quem tem a prática de pagar por um lugar na fila já conhece os ‘vendedores’. As pessoas o procuram, trocam contatos e fazem o pagamento de 50% adiantado. Babi, no caso, guarda quase que um “bloco” inteiro na fila, para aproximadamente 50 pessoas.

O preço varia. “Para um grupo de 10 pessoas, por exemplo, eu cobro R$ 20 por pessoa e lucro numa noite, com esse grupo, R$ 200 reais”, revela. No dia da entrevista com Babi, um grupo de quatro mulheres estava negociando o lugar na fila. “Pagamos R$ 30 cada uma por uma noite”, revelou uma brincante que preferiu não ter o nome divulgado. 

Mesmo com a “regalia desleal”, Babi conta que os pagantes de lugar na fila precisam chegar cedo no dia do festival. “Por mais que eu guarde lugar, às vezes com até três dias de antecedência, quando chega no dia do festival as pessoas precisam vir para a fila até no máximo depois do almoço”, adianta a jovem.

Na galera do Caprichoso a venda “por trás dos panos” também acontece. “Eu estou precisando de dinheiro e aí eu vim meia noite para pegar lugar na fila, passei a noite aqui. O meu lugar é lá no começo da fila. Eu tô vendendo esse lugar por 50 reais mas varia o preço”, disse João, que preferiu não informar o sobrenome para não ser identificado. 

Primeiras pessoas da fila da galera do Caprichoso chegaram na quarta-feira, 22. (Junio Matos)

 *Colaborou Clara Toledo

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