Chacina

Viaturas da Rocam 'escoltaram’ carro de vítimas em avenida que dá acesso à AM-010

Imagem mostra duas viaturas e um veículo Ônix branco seguindo pela Avenida Governador José Lindoso, conhecida como Avenida das Torres

Waldick Júnior e Natasha Pinto
acritica.com
25/12/2022 às 10:29.
Atualizado em 25/12/2022 às 10:40

Veículo Ônix branco, cercado por duas viaturas da Rocam, seguem pela Avenida Governador José Lindoso, a ‘Avenida das Torres’ (Foto: divulgação)

Novo registro obtido por A CRÍTICA mostra que policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) ‘escoltaram’ o carro em que estavam as quatro pessoas encontradas mortas em um ramal na rodovia estadual AM-010, na última quarta-feira (21). 

A imagem, que aparenta ser de uma câmera de segurança, mostra duas viaturas e um veículo Ônix branco seguindo pela Avenida Governador José Lindoso, mais conhecida como ‘Avenida das Torres’, no bairro Lago Azul. A via dá acesso à rodovia estadual onde os corpos foram encontrados posteriormente.

A reportagem apurou que o registro dos três carros foi feito quase ao final da avenida, a cerca de quatro quilômetros do local em que a via se interliga à Avenida Torquato Tapajós, que, por sua vez, dá acesso à AM-010. 

Neste sábado (24), a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) pediu a prisão temporária de 12 policiais suspeitos de participação na chacina. Eles vão ficar reclusos por 30 dias no Batalhão da Polícia Militar, em Manaus. Um inquérito militar também foi aberto para apurar a conduta dos oficiais.

Na chacina, foram mortos os irmãos Diego Máximo Gemaque e Lilian Daiane Máximo Gemaque, que tinham 33 e 31 anos, respectivamente, e o casal Alexandre do Nascimento Melo e Valéria Luciana Pacheco da Silva, de 29 e 22 anos. 

Carro com as quatro vítimas da chacina foi encontrato no ramal Água Branca, quilômetro 32, da rodovia AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara. (Foto: divulgação)

 Pai de Alexandre, o sargento  da PM Alessandro Silva afirmou à reportagem que o novo registro na Avenida das Torres confirma a primeira informação que circulou antes da descoberta dos corpos das vítimas. 

“Diziam que eles tinham sido abordados pela Rocam e que ela tinha levado eles com o carro. Depois, apareceram mortos. O resto agora é só confirmar. Todo mundo está vendo aí que realmente eles foram assassinados por policiais”, disse ele.

Advogado dos 12 agentes, Leonardo Marques disse, em nota, que não se manifestaria sobre o registro. “Acerca das informações, vídeos e imagens que têm sido veiculadas, a pedido da própria Polícia Civil, estamos nos resguardando a manter todas as informações sob sigilo”. 

Ele acrescentou ainda que, antes de serem presos, os policiais foram até a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e se colocaram à disposição para colaborar com as investigações.

“Eles não se opuseram a fornecer seus contatos telefônicos, informaram já ter apresentado as armas ao comando da Polícia Militar e que gostariam que fossem informadas as datas para a realização das oitivas. Ainda assim, a prisão foi decretada, o que nos assusta, principalmente depois que descobrimos o envolvimento das vítimas com crimes de uso e tráfico de entorpecentes e também de roubo, o que levaria a uma ampliação lógica da investigação”, defende ele. 

Após a chacina, a Polícia Militar do Amazonas divulgou que três das quatro vítimas já haviam sido presas. Os irmãos Diego e Daiane Máximo tinham passagens por tráfico drogas. Já Alexandre havia sido detido em 2016 por roubo.

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