Medo!

'Você sabe o que é ouvir de uma policial que 'menino de 14 anos, sempre some no caminho da escola?'

Casal denuncia sargento da Polícia Militar por ameaça e disparo de arma de fogo. O motivo: a militar afirma que a cadela dela foi envenenada pelo casal

Natasha Pinto
online@acritica.com
02/07/2022 às 09:20.
Atualizado em 02/07/2022 às 09:20

(Divulgação)

"Estamos vivendo como bandidos, me sinto desprotegida. Quero que a Justiça seja feita e ela seja presa", disse Allynnie de Sá Mascarenhas, 38, alvejada por disparo de arma de fogo pela terceiro sargentoTatiana Rodrigues Pinheiro, na noite da última terça-feira (27), no conjunto Manoa, bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus. Segundo o Portal da Transparência, ela é lotada na Diretoria de Saúde da Polícia Militar do Amazonas. 

Allynnie e seu maridos um servidor público de 38 anos, que preferiu nãos e identificar, revelaram que tudo começou em novembro do ano passado, quando Allynie trabalhava como babá para a polcial militar, que é sua vizinha, enquanto ela estaria cumprindo serviço.

Entretanto, a mulher estava cuidando das crianças de domingo a domingo e por isso pediu demissão, sem nenhuma desavença.

Porém, seis meses se passaram e no dia 2 de maio deste ano, a sargento Tatiana, estaria gritando em sua casa e acusando Allynie e seu marido de terem envenenado o seu cachorrro, que segundo o casal, já estaria muito doente e a militar não o levava para o veterinário. Foi quando Tatiana pediu para um senhor que trabalhava com ela, subir no muro e verifivar se havia uma espécie de escada, que daria acesso da casa do casal, para a sua.

"Logo que saímos, ela nos ameaçou e fez vários xingamentos, que não cabem aqui. Foi quando procurei o 6º DIP, para fazer um Boletim de Ocorrência, mas não consegui. Fui até à Corregedoria da Polícia Militar e fiz a denúncia. Já é da consciência deles (Corregedoria) tudo o que estamos passado", disse o servidor público, acrescentando que no dia seguinte, a policial militar Tatiana gritou de sua casa  que eles poderiam denunicar, que não daria em nada.

De ameaças a disparo de arma de fogo 

Um mês se passou e o casal não teve mais contato com a policial, que não registrou nenhum BO contra os dois, sobre o envenamento do seu cão. No dia 15 de junho, o servidor público saía de sua casa e por conscidência, a terceiro sargento Tatiana Rodrigues também. Segundo o servidor público, ela começou a perseguí-lo pela rua 27 do conjunto Manoa, e efetuou um disparo contra o seu carro.

"Mesmo assim ela continuou me perseguindo e ao entrarmos na rua Emanuel Belém, ela emparelhou o carro dela com o meu e quano percebi, ela apontava a arma pra minha cabeça. Deitei na hora que ela atirou e não sei como, não fui atingido. Encolhido, dirigi na contra mão e fugi", disse o homem de 38 anos.

O servidor público, que mora há 30 anos no mesmo local, foi direto para o 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e pediu a ajuda de uma advogada, lá o caso foi registrado como disparo de arma de fogo.

"Isso pra mim foi tentativa de homicídio. Ela me perseguiu como mostra na imagem e depois atirou em mim. No local, achei duas cápsulas de pistola .40", revelou.

Uma semana e meia depois, no último dia 27, Allynnie pela calçada estava voltando para casa, quando a terceiro sargento Tatiana estava em seu carro e a viu. Ela teria acelerado, subido na calçada e batido com o carro na babá, que não caiu e tentou correr para a sua casa, mas a policial a bateu com o veículo mais uma vez, quando ela caiu em uma área de mata. A policial efetuou um disparo, que atingiu o joelho de Allynnie, que foi carregada pelo marido para dentro de casa.

A mulher foi levada pra o Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo, onde passou por tratamento médico. "Estão dizendo que discutimos na rua, isso é mentira. Ela já veio com o carro pra cima de mim. E já nos contaram que ela ameaça os vizinhos falando que quem denunciasse, poderia acontecer o mesmo", acrescentou  Allynnie.

Logo depois, o casal foi escoltado por policiais militares para a sua casa, onde recolheram pertences pessoais. Tanto Allynnie quanto seu marido, não estão com os filhos de sete anos e 14 anos, que também foram ameaços e não retornaram desde então para a escola.

"Você sabe o que é ouvir de uma policial que 'Menino de 14 anos, sempre some no caminho da escola'? Estamos vivendo como foragidos, como bandidos e estamos cansados. Queremos que a Corregedoria tome alguma atitude. Eles vão esperar que ela nos mate? Queremos Justiça", disseram incoformados o casal.

A sargento ingressou na Polícia Militar do Amazonas em 2010, como soldado e está lotada na Diretoria de Saúde, segundo o Portal da Transparência, no mês de maio.

O que diz a SSP?

A Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública informa que, assim que tomou conhecimento do fato, tomou as medidas preliminares, registrando e formalizando a denúncia da vítima e que a "suposta conduta transgressiva da policial militar está sendo apurada mediante procedimento investigativo nesta Corregedoria".

A SSP-AM ressalta que os órgãos do Sistema de Segurança Pública não compactuam com desvios de conduta de seus integrantes e a Corregedoria Geral da SSP-AM está à disposição da sociedade amazonense para receber as denúncias que envolvam servidores do sistema de Segurança Pública do Amazonas através dos seguintes canais de denúncias:  (92)3211-1036 e denuncia.corregedoria@ssp.am.gov.br.

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