Entrevista

Amom assume abrir mão do cotão parlamentar na Câmara dos Deputados

O recém eleito deputado federal pelo Amazonas, Amom Mandel (Cidadania) disse em entrevista ao podcast da coluna Sim&Não de A CRÍTICA, que vai abrir mão de usar a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap)

Jefferson Ramos
online@acritica.com
22/11/2022 às 18:30.
Atualizado em 22/11/2022 às 18:36

(Foto: Jeiza Russo)

O recém eleito deputado federal  pelo Amazonas, vereador Amom Mandel (Cidadania) disse em entrevista ao podcast da coluna Sim&Não de A CRÍTICA, que vai abrir mão de usar a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) na Câmara dos Deputados.

O recurso conhecido como cotão é previsto em lei e existe para custear despesas do parlamentar com o mandato, como por exemplo, aluguel de automóveis, combustível e assessoria jurídica. Atualmente, Amom já não faz uso do recurso na Câmara Municipal de Manaus (CMM).

O valor da Ceap varia para cada estado devido ao preço da passagem aérea. No caso do Amazonas, os deputados federais têm direito a R$ 43 mil mensais. 

“Não é só pela falta de transparência que me faz deixar de utilizar, mas a forma como a verba foi criada a nível municipal e federal por permitir alguns usos não republicanos. A nível nacional discordo que a verba seja usada para alimentação e isso é permitido. Sou contra alguns pontos da verba em si. Não vou utilizar também agora no Congresso Nacional”, garantiu Mandel. 

Amom explicou que na CMM utiliza o salário de vereador que é de 18.991,69 para bancar as despesas de seu mandato. Questionado se o próprio rendimento é suficiente, o vereador respondeu que tem muita coisa que não é necessária. 

“Alugo um carro pelo valor de R$ 2.500 por mês e um escritório por R$ 1.900 por mês onde minha equipe trabalha. Pago o combustível do carro e eventualmente contrato freelancers para complementar o trabalho da equipe. Mesmo sem utilizar o cotão tenho mais de 25% de toda produtividade legislativa da Câmara Municipal inteira”, justifica o vereador. 

Câmara federal 

Na Câmara dos Deputados, o ainda vereador prometeu ter uma postura política mais ao centro sem ir à esquerda ou à direita porque para ele a política é muito mais ampla do que essas duas vertentes ideológicas. 

Já economicamente, Amom se define como um “social democrata” com valores “liberais sociais” como ele mesmo se enquadra. 

Apesar da postura liberal, que teoricamente pede redução do estado e contenção de gastos públicos, o vereador reforçou que como deputado vai defender a manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM), principal vetor econômico e de arrecadação do estado.

“O modelo de desoneração fiscal do ponto de vista da ciência econômica está defasado e que não é tão comum nos outros países, mas é o único modelo que tem no nosso estado e não faria sentido falar em outra matriz econômica e esquecer da matriz que temos atualmente”, destacou. 

CMM

Amom afirmou que um dos motivos da base de apoio do prefeito David Almeida (Avante) ter rachado foi o fato do prefeito não dar suporte aos vereadores aliados para que eles atendam demandas de suas bases.

“Os parlamentares que são mais apaziguadores geralmente querem ter uma relação melhor com Executivo na esperança de ter um acesso melhor às secretarias para resolver os problemas das comunidades, mas nem isso tem sido feito. Então, isso tem gerado uma insatisfação nos parlamentares da base”, alegou. 

Na segunda-feira (21), o líder e o vice-líder do prefeito na Câmara Municipal renunciaram ao cargo. Ao anunciar a renúncia, o vereador Marcelo Serafim (Avante), que liderou a base governista desde janeiro de 2021, disse que não tem condições de comandar uma base rachada. 

O rompimento da base ocorreu diante da tentativa do atual presidente da Casa, vereador David Reis (Avante) de mudar a Lei Orgânica de Manaus (Loman) para se manter no cargo na mesma legislatura.

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