Campanha virtual no Amazonas mira 1,2 milhão de seguidores

A campanha política ganha forma nas redes sociais. Desde terça-feira (17), as plataformas podem ser legalmente utilizadas para que os candidatos e candidatas possam expor seus projetos e pontos de vista para o eleitorado. E, segundo especialistas, não tem como fugir: as redes sociais são o melhor caminho para conquista da vítória.

Juntos, os seis candidatos ao Governo do Amazonas possuem 1,2 milhão de seguires no Instagram, Twitter, Facebook e Tik Tok.

No Amazonas, a maioria dos candidatos a governador já trabalhava esses espaços muito antes das eleições e acumula seguidores. Outros começaram a organizar suas estratégias de mídia nos últimos dias.

Em números absolutos, o governador Wilson Lima (União) sai na frente com 503.514 seguidores. É seguido de Eduardo Braga (MDB), que tem 464.500 pessoas acompanhando suas redes sociais. Amazonino Mendes (Cidadania) vem logo depois com 127.404, à frente de Henrique Oliveira (Podmemos) que tem  102.977.

O deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade) registra  57.841 internautas conectados em suas redes e Carol Braz (PDT) tem  41.611. Por fim, Israel Tuyuka (PSOL) e Nair Blair (Agir), que chegaram há pouco nas redes e têm 1.606 e 250 seguidores, respectivamente.

Eleitor quer um 'pai' em 2022

O professor de marketing político da ESPM Gabriel Rossi avalia que os candidatos a cargos majoritários tendem a trabalhar uma campanha para a sua militância, o que para ele é um erro, porque muitas vezes esse nicho “quer sangue”. Essa atitude, no entanto, pode afastar o restante do eleitorado que busca as plataformas para conhecer melhor as candidaturas.   

 “O eleitor nas redes sociais, em geral, busca o que o político pensa sobre ações contemporâneas, a história do político e como isso o capacita para resolver o problema do eleitor e as propostas. São esses três alicerces que sustentam eles nas redes sociais. Isso significa fazer campanha para o eleitor e não para o militante. Porque o eleitor vota por extenso, ele quer mudar de vida”, alerta o especialista.

Rossi vê ainda uma tendência nessas eleições. Segundo ele, por conta da insegurança econômica pela qual todo o Brasil tem passado, o perfil da “nova política” não funciona com tanta eficácia como ocorreu no pleito de 2018. Agora, segundo ele, o arquétipo que deve vender melhor é o do “pai”.

“É ele que coloca a comida na mesa e nos momentos difíceis e de incerteza na economia, mas pessoas querem uma figura de mais autoridade, de mais liderança. Então, os políticos também precisam trabalhar esse arquétipo do pai para conseguir mais aderência do eleitor. Não é mais a hora do novo, até porque o eleitor percebeu que não é por aí. A emergência maior é o estômago e o bolso”, explica.

Jogo ao vivo e VAR

Para a diretora de marketing da MF Press Global, Jennifer de Paula, a grande imprensa é a transmissão ao vivo do jogo dos candidatos e a rede social é o VAR (árbitro de vídeo), onde temos a oportunidade de nos colocar na posição de árbitro assistente e analisar os detalhes das jogadas dos pretendentes a ponto de interferir na decisão de aplicar um cartao vermelho ou marcar um gol.

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