ACAMPAMENTO NO CMA

Comandante do CMA “cruzou os braços” para acampamento golpista, afirma Omar Aziz

O senador amazonense disse ainda, durante sessão extraordinária do Senado, que financiadores do atos no estado devem ser responsabilizados

Giovanna Marinho
online@acritica.com
10/01/2023 às 12:46.
Atualizado em 10/01/2023 às 12:46

O senador Omar Aziz (PSD) denunciou, em sessão extraordinária do Senado, na manhã desta terça-feira (09), uma possível leniência do comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA), General Achiles Furlan, ao acompanhamento de bolsonaristas que permaneceram 70 dias ocupando as calçadas em frente a unidade militar, Zona Oeste de Manaus. 

Na segunda-feira, após uma ordem do ministros Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), os manifestantes foram retirados do CMA pelos agentes da Segurança Pública do Amazonas e da Prefeitura de Manaus. 

“O ano passado, eu denunciei aqui que comandante militar da Amazônia tinha cruzado os braços vendo aquela mixórdia, no Comando Militar da Amazônia que é o símbolo de resistência das nossas fronteiras. Aqueles militares que estão defendendo as nossas fronteiras, nos temos que ter respeito, mas não temos que ter respeito com aqueles que foram avacalhar o CMA”, afirmou Aziz. 

Após 70 dias, o acampamento em frente ao CMA foi retirado por forças de segurança pública após decisão da Justiça do Amazonas (Foto: Arlesson Sicsú)

Comissão para investigar invasões

O líder da bancada do Amazonas no Congresso indicou durante a sessão que votará a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal a criação de uma comissão externa de senadores para acompanhar as investigações sobre o domingo de vandalismo nos edifícios-sede dos Poderes da República protagonizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam os resultados das urnas. 

Durante a fala no Senado, Omar apontou os nomes dos senadores Alessandro Vieira (PSDB-CE) e Fabiano Contarato (PT-ES) para compor a comissão, pois, segundo ele, os dois possuem no currículo atuação na Polícia Civil e Federal, respectivamente. Conforme o senador amazonense, os episódios do dia 8 de janeiro não devem ser esquecidos, pois “é o momento de mostrar que a democracia está de pé e não são vândalos criminosos que não derrubar a democracia”.

“Não pode ser como a comissão da verdade que nós deixamos pra trás. Temos que punir seja quem for. Vamos punir desde empresário do financiou meu estado que financiou isso, ou quem tem estrelas dos ombro que esta por trás também disso”, reforçou.

Tempos de militância

No discurso, Omar Aziz lembrou ainda dos tempos de militância estudantil no qual participou do movimento pela Diretas Já. 

“Ontem em uma reunião de líderes eu dizia que participei em 84, eu era militante e nós viemos para Brasília e o general Newton Cruz tinha fechado Brasília para a votação na câmara para as diretas já. Saímos derrotados naquele dia. Foi uma derrota que à população toda pedia diretas já e foi às ruas pacificamente. Infelizmente viemos aqui e perdemos na votação porque a câmara naquele momento votou contra as diretas já, mas não se quebrou sequer um cinzeiro. Saímos daqui derrotados”, recordou. 

Aziz atribuiu ao movimento de “criminalização da política” a culpa pela radicalização dos movimentos de extrema-direita e culpou magistrados por não terem agido. 

“Isso vem de muito antes. Isso vem da criminalização dos políticos. Muitos magistrados cruzaram os braços e disseram: não é conosco.

Primeiro foi a câmara e o senado criminalizados, com ‘heróis’ criminalizando os políticos, depois chegou um personagem, porque aquilo só pode ser chamado de personagem, e atacou o judiciário da forma que atacou e deu no que deu”, completou o senador. 

O congresso vota até o fim do dia o decreto assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para instituir uma intervenção federal na segurança pública de Brasília. Entramos em contato com o CMA e aguardamos resposta para que esta reportagem seja atualizada.

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