Eleições 2022

Debate A CRÍTICA tem clima tenso e ataques a Arthur, Omar e Menezes

Programa oscilou momentos de tensão com ataques contra e entre os três primeiros colocados nas sondagens de intenção de voto, e pouca discussão sobre os problemas do Estado

Jefferson Ramos e Waldick Júnior
jeffersonramos@acritica.com / waldick@acritica.com
16/09/2022 às 22:53.
Atualizado em 16/09/2022 às 22:53

Debate, realizado no Stúdio C e mediado por Isabella Pina, contou com participação dos candidatos ao Senado, Bessa, Omar Aziz, Luiz Castro, Coronel Menezes, Arthur Neto, Pastor Peter Miranda e Marília Freire (Jeiza Russo)

O debate dos candidatos ao Senado promovido por A CRÍTICA, na noite de quinta-feira (17), foi tenso e teve como  principais pontos de atrito ataques à atuação do ex-presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD), e a do ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) no caso do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues. Mas não faltaram disparos contra o governo de Bolsonaro, padrinho político do candidato Coronel Menezes (PL). E até citação de um áudio sobre “suruba”. Os alvos são os três mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. 

No primeiro bloco,  Arthur  e Luiz Castro  trocaram acusações. O ex-deputado perguntou ao tucano o que ele entendia por “respeito”. O ex-prefeito, ao responder, citou as denúncias de  corrupção na gestão de Luiz Castro na Seduc. Na réplica,  Luiz Castro lembrou a morte do engenheiro Flávio Rodrigues que envolve o enteado de Arthur, Alejandro Molina Valeiko.

A ex-primeira dama de Manaus Elisabeth Valeiko reagiu da plateia e gritou: “bandido”. 

“Candidato Arthur, eu toquei no seu calcanhar de Aquiles de conhecimento de toda a população do Amazonas. Em relação ao caso Dantas, a minha defesa já foi aceita pelo Tribunal de Contas, o próprio Dantas nunca me acusou. Tive a hombridade de sair do governo para me defender fora do poder. Mas em relação ao caso Rafael Alejandro, o senhor não teve essa atitude”, disse Luiz Castro. 

Arthur Neto solicitou direito de resposta que foi acatado. O ex-senador se defendeu das acusações dizendo que a Justiça não acatou o argumento de que a máquina da prefeitura foi usada no episódio. “Isso é uma das coisas mais indignas que já vi na minha vida porque a Justiça foi muita clara. Ela impronunciou o meu enteado. Dizer que estava usando máquina da prefeitura, não. O segurança passa para o outro no outro dia, o carro. “Foi esse o método que a Casa Militar encontrou para nós”, respondeu.

Alvos

Omar, que lidera a corrida à única vaga em disputa, foi preferencial dos candidatos. O tucano Arthur Neto disse que o relatório da CPI da Covid foi rejeitado pelo Tribunal Internacional de Haia. 

“Ele não aceitou isso nos seus arquivos. Foi mandado de volta para o Senado. A Corte internacional deu uma bofetada no rosto do Senado brasileiro”, provocou Artur.

Bessa abriu o debate perguntando de Omar se a postura dele na CPI pode ter prejudicado o Estado com o presidente. O senador respondeu que a atuação dele na CPI não teve potencial para azedar a relação com o presidente e prejudicar a Zona Franca de Manaus.

“Não vejo por aí até porque  o ex-presidente Lula prorrogou por dez anos Zona Franca. A presidente Dilmar por 50 anos e em nenhum desses dois governos sofremos qualquer tipo de percalço”, rebateu Omar.

Bessa, no segundo bloco, investindo contra Menezes,  recordou  áudio que circula nos grupos de Watssap, supostamente do Coronel, que  faz menção a “suruba”. Menezes, no direito de resposta, disse que vai acionar o ex-vereador na Justiça para provar o que disse. 

O ex-superintendente da Suframa,  também foi alvo de críticas dos outros candidatos. A relação próxima a Bolsonaro ironizada por não ter benefícios para o Amazonas, principalmente quando a Zona Franca foi ameaçada por decretos de redução do IPI editados pelo presidente. 

A candidata Marília Freire (PSOL) ironizou a amizade de Menezes com Bolsonaro. “Engraçado, né. Ele admitiu aqui para você que está assistindo, que amizade às vezes não significar garantia dos empregos do Amazonas”, disse. 

Assista ao debate na íntegra:

Crítica à CPI da Covid

O candidato ao Senado Peter Miranda (Agir) afirmou, no debate de A CRÍTICA, que pessoas foram humilhadas por defender o chamado "tratamento precoce", formado por medicamentos como cloroquina, e comprovadamente ineficaz contra a covid-19. 

“Vimos pessoas que foram humilhadas, mulheres que foram aos prantos porque simplesmente defenderam o tratamento precoce. A vacina não tinha nenhuma regulamentação e nenhuma experiência para ser atestada, nós precisávamos de algo para ser dado ao povo", disse o candidato, apesar de todas as vacinas contra a covid-19 aplicadas no Brasil terem sido aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

A fala de Peter Miranda foi dita após ele ser escolhido em sorteio para ser questionado pelo candidato Arthur Neto (PSBD). O ex-prefeito de Manaus não fez uma pergunta, mas aproveitou o momento para atacar o candidato Omar Aziz (PSD), que foi presidente da CPI da Covid. 
 
Peter Miranda criticou a CPI e disse que o objetivo dos parlamentares era atacar o presidente Jair Bolsonaro (PL). "Todos que lá estiveram tiveram uma oportunidade de dar uma resposta ao mundo, ao Amazonas, que sofremos tanto, mas ao contrário, o que o presidente da CPI procurou foi um motivo para acusar o presidente", afirmou.

Avaliações diferentes

Após o debate, o senador Omar Aziz, que busca a reeleição e foi um dos principais alvos, afirmou que preferiu focar em propostas. “Eles ficaram falando de mim entre mim, mas não entrei”, disse.

Já o candidato Arthur Neto ressaltou que o debate não foi acalourado pela parte dele, apesar das críticas a Omar.

Sobre um dos temas do debate, a Zona Franca, Coronel Menezes negou que o Polo Industrial só tenha sido  resguardado da redução do IPI  após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), como aconteceu. 

A candidata Marília Freire, por sua vez, ressaltou ser a única mulher a concorrer ao cargo. “Se as mulheres se unissem para votar em uma candidata, teríamos outro panorama político”, disse.

Já Bessa destacou que o debate foi o melhor até aqui por “ser um momento para mostrar a verdade à população”.  

O pastor Peter Miranda aproveitou o final para negar que seja favorável à abertura de cassinos no Brasil, questionamento feito no debate e deixado em aberto por ele. 

Luiz Castro destacou que desafiou os candidatos a tornarem pública “assim como eu” as declarações de bens de todos os familiares.

Debate aconteceu no início da noite (Jeiza Russo/A Crítica)

Debate aconteceu no início da noite (Jeiza Russo/A Crítica)

Debate aconteceu no início da noite (Jeiza Russo/A Crítica)

A ex-primeira dama de Manaus Elisabeth Valeiko, na plateia (Jeiza Russo/A Crítica)

Confrontos foram diretos (Jeiza Russo/A Crítica)

Sete candidatos participaram do debate (Jeiza Russo/A Crítica)

Coronel Menezes e Marília Freire (Jeiza Russo/A Crítica)

Isabella Pina, a mediadora, e os candidatos Luiz Castro e Arthur Neto (Jeiza Russo/A Crítica)

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