Eleições 2022

Decreto contra ZFM vira munição no evento que confirma Braga no palanque de Lula

Senador que disputa o governo com o apoio da federação que apoia o ex-presidente disparou críticas ao decreto emitido na madrugada

giovanna Marinho
giovanna@acritica.com
30/07/2022 às 13:52.
Atualizado em 30/07/2022 às 13:54

Senador Eduardo Braga disse que a bancada irá de novo ao STF contra o decreto que reduz o IPI e não poupa todos os produtos do PIM (Foto: Gilson Melo)

O novo ataque do governo Bolsonaro à Zona Franca de Manaus (ZFM) serviu de munição para os candidatos que discursaram na convenção do PT, neste sábado. O evento sacramentou o apoio à candidatura do senador Eduardo Braga (MDB) ao governo do Estado. De Sinésio Campos a Omar Aziz (PSD), candidato do grupo ao Senado, todos dispararam contra o decreto que faz uma lista com redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas que não poupa todos os itens fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM).

“Vamos entrar de novo no Supremo e vamos derrubar de novo esse decreto. Ele não é o primeiro e não será o último. No entanto, nós temos convicção, porque o Lula foi presidente e nos ajudou a tirar a Zona Franca de 30 mil empregos para 134 mil empregos e nós vamos voltar a gerar desenvolvimento, emprego e renda”, disse Eduardo Braga durante discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, na zona Sul de Manaus.

O decreto foi publicado durante a madrugada. Horas antes o  ex-superintendente da ZFM, Thomaz Nogueira, alertou, em matéria publicada por  A CRÍTICA, que o documento que estava sendo preparado pelo governo federal  deixaria de fora  40 produtos fabricados no PIM que respondem por um faturamento de R$ 12 bilhões em 2021. A avaliação era que a nova medida só cobriria 65 produtos que seriam responsáveis por 95% do faturamento da ZFM.

O senador e candidato à reeleição Omar Aziz, durante o evento do PT, lembrou da dependência econômica que o Amazonas tem do modelo industrial fomentado pela ZFM, pediu união em defesa dos interesses do estado e, claro, atacou adversários que têm justificado as medidas como ações individuais do ministro da Economia, Paulo Guedes, na tentativa de blindar o presidente Jair Bolsonaro. 

“Aqueles que querem amenizar dizendo que é coisa do Paulo Guedes se equivocam, não porque não entendem, se equivocam por má fé. Isso é coisa do Bolsonaro sim contra a Zona Franca de Manaus. Não é possível que no momento em que a Zona Franca e os trabalhadores estão sob ataque nós não vamos nos unir para combater o maior mal que tem no estado do Amazonas que é o presidente Bolsonaro”, cutucou Omar.

Braga foi confirmado como candidato da federação Brasil da Esperança do ex-presidente Lula, que irá concorrer à Presidência da República pelo PT. Mesmo com a aprovação, o apoio a Braga não agradou a todos do partido. 

Figuras como o deputado federal, Zé Ricardo e o vereador Sassá da Construção Civil, que concorrem à Câmara dos Deputados, não subiram no palanque ontem. Na tentativa de pacificar os ânimos dos correligionários, o presidente estadual do PT, Sinésio Campos, usou também a importância da defesa da economia amazonense para união da sigla em prol da vitória de Lula.

“O país está vivendo uma crise. O Amazonas tem sido retirado a vantagem da Zona Franca de Manaus. A gente precisa de unidade. Eu sempre digo que não cabe mais dividir o país em dois polos. Não cabe mais fazer eleição com o fígado, com ódio, com rancor, até porque nós já fomos vítimas disso, quando nosso companheiro, em pleno aniversário foi assassinado por um bolsonarista”, declarou Sinésio.

Assuntos
Compartilhar
Sobre o Portal A Crítica
No Portal A Crítica, você encontra as últimas notícias do Amazonas, colunistas exclusivos, esportes, entretenimento, interior, economia, política, cultura e mais.
Portal A Crítica - Empresa de Jornais Calderaro LTDA.© Copyright 2024Todos direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por