A fala de Henrique ocorreu durante sabatina no podcast Sim & Não, de A CRÍTICA, com os jornalistas Dante Graça, Luciano Falbo e Waldick Junior. A entrevista faz parte de uma série que está sendo realizada com os postulantes ao principal cargo do Executivo no Amazonas
(Fotos: Libório/A CRÍTICA)
Candidato ao governo do Amazonas, Henrique Oliveira (Podemos) aposta no fomento ao turismo como alternativa ao principal modelo econômico do Estado, a Zona Franca de Manaus (ZFM). Dentre as propostas para essa área estão a construção de uma roda-gigante inspirada em modelos europeus, e o ensino de inglês e cursos profissionalizantes nas escolas estaduais aos finais de semana.
A fala de Henrique ocorreu durante sabatina no podcast Sim & Não, de A CRÍTICA, com os jornalistas Dante Graça, Luciano Falbo e Waldick Junior. A entrevista faz parte de uma série que está sendo realizada com os postulantes ao principal cargo do Executivo no Amazonas.
O candidato ressaltou que durante seu mandato como deputado federal foi um dos responsáveis pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garantiu a prorrogação da Zona Franca até 2073.
Para manter a proteção ao modelo, Henrique sugeriu o que chamou de ‘toma lá, dá cá’ em Brasília. “A gente precisa é de negociações, de toma lá, dá cá. Na Câmara dos Deputados, funciona desse jeito. Eu voto no teu projeto, mas você, na hora da Zona Franca, mantém [a ZFM]”, afirmou.
Para o candidato, o turismo pode ser um dos principais motores econômicos alternativos ao Polo Industrial de Manaus. Ele critica as atuais opções para turistas na capital do Amazonas e diz ser preciso fazer mais.
Além de propor “um zoológico mais decente”, Henrique também aposta na inauguração de uma roda-gigante para chamar mais turistas para o Amazonas. “Já existe na França, em Nova York... E como vamos construir? Não é o governo, vamos ter um PPB [processo produtivo básico], vamos vender essa concessão [para empresas privadas]”.
Na questão econômica, o candidato sugeriu ainda a ampliação da agricultura e a exportação de peixes. “Os chineses e coreanos estão comendo cachorro, não existe mais animal de estimação, e temos aqui a expertise de alevinos e a maior lâmina de água do planeta”.
(Foto: Libório/A CRÍTICA)
Henrique destacou também a mineração como uma possibilidade econômica e disse ter sido mal interpretado quando afirmou que a solução para combater o garimpo ilegal era “legalizando” a atividade.
“É óbvio que sou contra o garimpo ilegal, mas uma coisa é certa, o ouro está saindo daqui e de forma ilegal, sem pagar imposto. É por isso que eu falo que precisamos fiscalizar”, ressaltou.
No plano de governo de Henrique não há qualquer menção ao Auxílio Estadual, um dos ativos da eleição deste ano entre candidatos ao cargo de governador do Amazonas.
Ele diz não ser contra o benefício porque “circula, irriga a economia e retorna [para o Governo] como ICMS [imposto”. Porém, afirma que o pagamento mensal pode gerar dependência por parte da população.
No plano de governo, Henrique cita um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) que dá conta de 426 obras inacabadas no Amazonas, e promete finalizá-las. Porém, algumas são de competência federal, como a BR-319, e municipal, a exemplo, a implantação de ônibus BRT.
Questionado sobre como entregaria obras que não são de responsabilidade estadual, Henrique ressaltou que vai “buscar o governo federal” e “ações conjuntas” com o prefeito David Almeida (Avante), a quem chamou de amigo.
Durante a campanha eleitoral, Henrique tem mirado as armas para os candidatos Eduardo Braga (MDB) e Amazonino (Cidadania). Na sabatina, foi questionado sobre a razão de mencionar pouco o atual governador, Wilson Lima (União).
Na sabatina, Henrique defendeu a ex-mulher e candidata a deputada federal, Adriana Mendonça (PROS), denunciada pelo Comitê de Combate à Corrupção por suposta ‘candidatura fantasma’. A campanha dela recebeu repasse de R$ 3 milhões.
“Adriana tá na rua, tá com material, foi candidata nas últimas eleições, está filiada ao partido há seis anos, é ex-esposa de um ex-vice governador”, disse.
Ainda sobre candidaturas, Henrique afirmou que não pode “dizer os nomes”, mas que há dinheiro de ‘caixa 2’ para candidatos nas eleições, o que é proibido pela Justiça Eleitoral. “Ninguém chega para oferecer nada para um candidato, chega achando que vão resolver problemas, não coletivos, mas individuais”, disse o candidato que teve o mandato de vice-governador cassado pelo TSE em 2017 por compra de votos.