FARPAS

Marcelo Ramos e Arthur Lira trocam farpas no plenário da Câmara

Amazonense disse que o Legislativo se associou a Bolsonaro contra a democracia a e Lira afirmou que não responderia a 'lacrações'

Dante Graça
dante@acritica.com
24/05/2022 às 19:41.
Atualizado em 24/05/2022 às 20:20

Marcelo Ramos usou a tribuna para e manifestar (Foto: Ag. CÂmara)

O deputado federal Marcelo Ramos, agora ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, trocou indiretas com o presidente da Casa, Arthur Lira, durante sessão plenária na tarde desta terça-feira.

Esta foi a primeira sessão desde que Marcelo Ramos foi destituído do cargo por um ato de Lira quase três meses após mudar de partido, respaldado por uma decisão do ministro Alexandre de Moraes que reafirmou que a composição da Mesa Diretora da Casa Legislativa seria uma questão interna. O amazonense afirmou, no plenário, que a decisão de Lira não foi “regimental ou jurídica, mas é uma decisão política”.

Marcelo Ramos atribuiu a saída do posto à pressão pública que Bolsonaro fez para que ele fosse retirado do cargo, uma vez que o regimento da Casa diz que a vaga é do partido e não do parlamentar - Marcelo foi o único nome do PL a concorrer para vice-presidente, recebendo 396 votos. “Essa é uma decisão perigosa porque atenta contra a liberdade e a autonomia deste Poder. Quando o Executivo ataca a democracia é perigoso, mas quando o Legislativo se consorcia para atacá-la, é mortal”, afirmou Marcelo. 

O amazonense chegou a se dirigir diretamente a Arthur Lira, afirmando que ele não ganharia um inimigo a partir desse momento, mas um deputado que queria ajudar o Brasil. “Mas um deputado independente, que não se dobra aos caprichos de ninguém”. 

Lira, por sua vez, defendeu a tese de que respeitou o regimento e disse que o cargo dele exigia que ele respeitasse a função para qual foi eleito. Sem citar o nome de Marcelo Ramos em nenhum momento, Lira fez uma clara referência ao amazonense quando disse que não reagiria a “nenhum tipo de lacrações palanqueiras e de celeumas em redes sociais”. O amazonense usou as redes sociais ontem para criticar a decisão de Lira, deixando claro o destinatário da mensagem do presidente da Câmara.

O presidente da Casa voltou a fazer referência a Marcelo quando disse que “não há de se fazer referência a ingerências de qualquer outro poder, se todas as nossas decisões são baseadas em decisões da Maioria”. E disse também, em claro recado ao amazonense, que “a única decisão monocrática que houve foi um pedido de interferência da Justiça Eleitoral na Mesa desta Casa”. 

A fala foi em referência ao pedido de liminar feito pelo amazonense ao Tribunal Superior Eleitoral, para que a Câmara não retirasse dele o cargo mesmo após ele trocar de partido. Inicialmente, ele conseguiu a decisão favorável, porém na segunda-feira ele revisou a decisão e decidiu que essa era uma questão que deveria ser decidida pela Câmara.  

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