Gastos com sorvete, biscoito, suco e refri pagariam quase 500 mil auxílios
Juiz Ricardo de Sales comparou gastos não essenciais do Governo Federal com valores que podem auxiliar pessoas em plena pandemia

A decisão do juiz federal Ricardo de Sales que determinou o pagamento de duas parcelas de auxílio-emergencial à população do Amazonas aponta uma incoerência entre o discurso administrativo e a prática no Governo Federal.
Ao mesmo tempo que alega não poder pagar o auxílio emergencial para não aumentar o endividamento da máquina pública, o Governo Federal gastou R$ 1,8 bilhão em compras de supermercado, incluindo aí itens que fogem ao essencial - e que certamente não seriam comprados por quem tem depende do auxílio para colocar comida na mesa. Os valores foram levantados pelo portal Metrópoles, de Brasília e se referem a pagamentos feitos em 2020 sobre compras de 2019.
"Atente-se que apenas com a aquisição desses itens não essenciais (biscoitos, sucos, refrigerantes e sorvetes) foram gastos R$148.171.682,54, valor suficiente para o pagamento de 493.905 (quatrocentos e noventa e três mil, novecentos e cinco) benefícios de auxílio emergenvial no valor individual de trezentos reais", diz trecho da decisão.