Segundo ele, Sérgio Moro tirou Lula da disputa presidencial por meio de um “tapetão”
(Foto: Arquivo A CRÍTICA)
Com condenações anuladas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, ontem (8), o deputado estadual Sinésio Campos (PT) comemorou a retomada dos direitos políticos do ex-presidente Lula, na manhã desta terça-feira, durante sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), provocou colegas deputados mostrando uma foto de Lula com lideranças políticas locais e aproveitou para insinuar que alguns deputados estaduais são “bajuladores de plantão”.
Para o deputado petista, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e juiz da Força Tarefa da Lava Jato, Sérgio Moro, tirou da “disputa democrática” o ex-presidente Lula por meio de um “tapetão”. Sinésio disse que a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018 poderia ter acontecido mesmo com a disputa de Lula, mas que deixassem o povo decidir.
“Olha essa foto, deputado Wilker, deputado Adjuto Afonso, o senhor estava nessa foto. Wilker não estava porque ainda estava na fralda neste período, mas os outros já estavam. Estão todos ali, Jonatas Câmara, Alfredo Nascimento, Serafim Corrêa, alguns ainda não estavam nesse período aí que era no primeiro governo Lula”, provocou Sinésio.
Os deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Júnior (MDB) e João Luiz (Republicanos) manifestaram preocupação com uma provável derrocada do legado da Lava Jato que a decisão monocrática de Fachin pode gerar.
Na avaliação de Barreto, a passagem da esquerda pelo governo está “lado a lado” com a corrupção. O deputado mostrou incômodo com a tentativa de Campos de tentar ligá-lo à extrema direita. Barreto se defendeu dizendo que não gosta de extremos.
Péricles defendeu que a decisão de Fachin não anula apenas processos de Sérgio Moro, mas decisões e sentenças confirmadas em segundo grau pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O deputado bolsonarista defendeu que as decisões de Moro foram mantidas por outros juízes de outras esferas.
Sinésio falou que na época do primeiro governo Lula, o deputado Dermilson Chagas (Podemos), era delegado regional do trabalho e “tinha função do governo Lula”. Dermilson não pediu aparte para rebater os discursos do petista.
"Os bajuladores de plantão são que nem judas por trinta moedas sem vendem ", atiçou o petista.
Os deputados Serafim Corrêa (PSB) e Adjuto Afonso (PDT) que integram o bloco de esquerda que Sinésio também faz parte evitaram fazer qualquer comentário sobre a anulação das condenações de Lula.
Com as anulações, Lula volta a ter seus direitos políticos e se tornar elegível nas eleições. Fachin concedeu habeas corpus para declarar a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar quatro processos que envolvem Lula – o do triplex, o do sítio de Atibaia, o do Instituto Lula e o de doações para o mesmo instituto.
Agora, os processos serão analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal, à qual caberá dizer se os atos realizados nos três processos podem ou não ser validados e reaproveitados.