Fast é condenado em caso de racismo ocorrido em partida contra o Penarol
Por dois votos a um, o tribunal condenou o Fast à perda de três pontos, multa de R$ 1 mil e perda de dois mandos de campo. O clube pode recorrer da decisão. 05/02/2018 às 20:35 - Atualizado em 05/02/2018 às 21:02
A Terceira Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) julgou na tarde desta segunda-feira (5) um caso de racismo ocorrido na partida entre Fast Club e Penarol, válida pela segunda rodada do Campeonato Amazonense. Por dois votos a um, o Tribunal condenou o Fast à perda de três pontos, pagamento de multa de mil reais e perda de dois mandos de campo. O clube tem três dias para recorrer da decisão.
A denúncia feita pelo procurador Gustavo Sampaio se baseou no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva que condena a prática de “ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante relacionado à preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
“Foi com muito pesar que fiz a denúncia, mas a sociedade clama por uma resposta não só pela justiça, mas do tribunal e nós não iríamos permitir uma atitude desse tipo. Acreditamos que o futebol é um reflexo da sociedade e precisamos reprimir esta prática”, disse o procurador.
De acordo com a súmula, o auxiliar Wescley Regison relata que após assinalar um impedimento do ataque do Fast, ouviu da arquibancada as palavras “tinha que ser preto. Esse macaco tinha que voltar para a senzala”, segundo consta na súmula da partida vencida pelo Penarol por 2 a 0.
Durante o julgamento, outros casos como o ocorrido no jogo entre Grêmio e Ponte Preta pela Copa do Brasil em 2015, quando o goleiro Aranha foi vítima de racismo, foi citado. No Amazonas, esta é a primeira vez que um caso de racismo no futebol é julgado pelo tribunal.
Fast vai recorrer da decisão
O vice-presidente do Fast, Cláudio Nobre compareceu ao julgamento e com base na decisão da Comissão, disse que pretende recorrer. “Eu recebo essa decisão com tristeza. Eu estava lá (no estádio Carlos Zamith) e é um absurdo. Não posso dizer que o auxiliar está mentindo. O que eu posso dizer é que eu não ouvi e é esquisito uma injúria dessa e não ter parado o jogo para identificar e mandar prender. Tinha 130 pessoas no estádio”, disse o dirigente que achou a decisão um "exagero" e salientou que o clube condena qualquer atitude racista.
“O Fast não concorda com esse time de atitude. Temos uma atitude bem limpa com relação a isso. O futebol não precisa disso e vamos recorrer”, finalizou.
No campeonato Amazonense, o Fast é líder do Grupo B, com seis pontos, um a mais que o vice, Manaus, que soma cinco pontos no Estadual. Caso perca os três pontos, o Tricolor de Aço cairia para a terceira colocação.
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