Ritual Karõ Krahô faz alusão à morte que assolou o mundo por meio da Covid-19

O ritual “Karõ Krahô”, o segundo ato do Boi Garantido, veio retratando a história do ceifador de almas, em uma alegoria com 42 metros de boca de cena, 24 metros de altura e 15 módulos, assinada pelo artista Neto Barbosa. Trata-se da maior alegoria do projeto do bumbá vermelho para este ano. 

Segundo o conceito da Direção Geral de Espetáculo (DGE) do Boi Garantido, o ser Karõ Krahô faz alusão à morte que assolou o mundo por meio do vírus da covid-19, a levar a vida de muitas pessoas e que submeteu outras tantas a um estado de “quase morte”, devido ao fato de muitos acometidos terem ficado entubados. 

No ato, as tribos indígenas entregaram uma alma ao ceifador. Em seguida, o pajé Adriano Paketá veio hasteado de uma oca em um guindaste representando o Deus do sol, uma figura divina que vem salvar a alma do ceifador. Após o pajé travar uma batalha espiritual com Karõ Krahô, a alma é salva e então é ressuscitada pelo xamã. 

Em um traje inovador nas suas cores para este item, o pajé veio trajando uma indumentária branca e dourada, que, além de lembrar o sol, remetia à imagem de uma figura angelical, em uma alusão à fé e ao divino que trouxe muitas pessoas do estado de “quase morte” para a recuperação total. 

O ritual, comumente encenado no final da noite, foi trazido para o início da apresentação do Garantido para representar a superação da pandemia, por meio da ciência e da vacinação, representados pelo poder curandeiro do pajé. No simbolismo do Boi Garantido, somente após o ritual a festa começa de fato, em comemoração à vida, com a toada “Eu nasci para ser vermelho”.

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