Meio Ambiente

Iniciativa propõe recompor áreas desmatadas e garantir segurança alimentar

Programa 'Carbono Neutro' desacelera mudanças climáticas – através do sequestro de gás carbônico (CO2) da atmosfera

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24/09/2023 às 12:51.
Atualizado em 24/09/2023 às 12:51

Cuidado com as mudas na RDS do Uatumã contribui para o clima e tempo (Divulgação)

O desmatamento na Amazônia libera 200 milhões de toneladas de carbono por ano, o que equivale a 2,2% do fluxo total do planeta, segundo dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). É o setor que mais emite gases de efeito estufa. 

Além disso, as florestas funcionam como grandes estoques de carbono, por conta da biomassa estocada nos tecidos vegetais. Estima-se que somente a Amazônia armazene o equivalente a uma década de emissões globais de carbono, segundo o mesmo estudo.  

Nesse contexto, preservá-la depende da garantia da sustentabilidade dos que vivem nela. Como fazer com que essas populações tradicionais se beneficiem desse contexto e, ao mesmo, tempo, contribuam para o clima e para a geração de uma nova economia, baseada na redução da pobreza e desigualdade?  

Ligação

Partindo dessa premissa, o Idesam iniciou, em 2010, o Programa Carbono Neutro, com o objetivo de conectar os grandes centros urbanos às florestas, permitindo que pessoas, empresas e iniciativas se responsabilizem pelos impactos que geram no planeta, ao neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). 

A neutralização acontece por meio do plantio de árvores em Sistemas Agroflorestais (SAFs), método que privilegia espécies que tenham valor econômico para as comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no Amazonas. 

Dessa forma, as árvores plantadas em sistemas agroflorestais não só contribuem para o sequestro de CO2 da atmosfera, mas também possibilitam o desenvolvimento de cadeias produtivas. A metodologia de trabalho do PCN já foi, inclusive, reconhecida por diversas iniciativas e hoje integra o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil (FBB). 

Originalmente, essas famílias faziam roças desmatando terrenos para plantar. Hoje, o programa Carbono Neutro leva o cultivo agroflorestal como alternativa para ampliar renda, recompor as áreas desmatadas e garantir a segurança alimentar, com o acesso a alimentos de boa qualidade. 

O PCN contribui, desta forma, não apenas com a desaceleração das mudanças climáticas – através do sequestro de gás carbônico (CO2) da atmosfera – como também com uma série de benefícios socioambientais, como segurança alimentar e geração de renda para os moradores da RDS do Uatumã, localizada na porção nordeste do Estado do Amazonas.  

Quando iniciamos esse trabalho, a questão alarmante do desmatamento e das mudanças climáticas não estava tão em alta, então, até captar recursos para isso foi desafiador. Entretanto, como deixar de emitir CO2 para atmosfera não é uma opção, o Idesam passou a olhar em como tornar esse ativo como um impacto mais positivo possível”, afirma Elen Blanco, analista de projetos sênior do Idesam na Iniciativa de Serviços Ambientais.  

Atualmente, o PCN contabiliza mais de 55 mil árvores plantadas, 15 mil toneladas de CO2 compensadas e 35 famílias ribeirinhas envolvidas no projeto. As mudas são produzidas em viveiros dos comunitários.

Mudanças

O mundo já aqueceu quase 1,1 grau Celsius no último século e meio. Os efeitos associados ao aumento das emissões de CO2 e de outros gases para a atmosfera são mudanças no clima, além do tempo, com a quebra de safras agrícolas e o aumento do nível do mar.

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