PREVISÃO

Indústria do Amazonas espera estiagem severa e cobra ações efetivas do governo

Debate sobre estiagem é o centro das atenções do IX Fórum de Logística do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam)

Waldick Junior
waldick@acritica.com
02/04/2024 às 20:17.
Atualizado em 02/04/2024 às 20:17

IX Fórum de Logística do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam) (Foto: Paulo Bindá)

Iniciou nesta terça-feira o IX Fórum de Logística do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), que tem a estiagem deste ano como tema central. O encontro reuniu dezenas de empresários da Zona Franca de Manaus e empresas de navegação.

Com o tema ‘E se a seca de 2024 for pior do que em 2023’, o evento está sendo promovido pela Comissão de Logística do Cieam, que atua na instituição há mais de uma década. A segunda parte do evento será nesta quinta-feira, com representantes do governo federal.

“O grande desafio que temos é perceber que a seca do ano passado pode se repetir ou ser pior. Então, esse cenário enseja estudos para compreender qual tipo de obra deve ser feita na região mais crítica da hidrovia do Amazonas, de tal forma que possamos ter uma solução”, avalia o coordenador da Comissão, Augusto Cesar Barreto Rocha.

Além dele, compuseram a mesa o presidente-executivo do Cieam, Lúcio Flávio, e representantes das empresas de navegação Aliança, Log-In e Norcoast Logística.

A avaliação geral dos palestrantes é que a seca de 2024 pode, sim, ser similar ou pior que a do ano passado, quando as empresas tiveram de gastar cerca de R$ 1,4 bilhão a mais com custos decorrentes de logística. Eles cobram medidas efetivas do governo para o cenário previsto. 

“Não adianta acontecer como foi no ano passado, trazer uma draga em um momento já de criticidade da seca do rio, o que não adiantou, praticamente, nada”, criticou o CEO da Norcoast Logística, Gustavo Paschoa.

Segundo o coordenador da Comissão de Logística do Cieam, Augusto Rocha, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Econômico, Geraldo Alckmin, garantiu aos representantes da indústria que a dragagem dos rios seria feita ainda em maio, prevendo um cenário crítico no segundo semestre. 

A previsão, porém, foi tida como improvável por executivos presentes no evento, considerando que dragas chinesas ou holandesas, consideradas adequadas para o serviço, demoram entre 60 e 90 dias para chegar à região.

Presente no encontro, o secretário-executivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas, avaliou que fazer trabalhos prévios é importante para minimizar os danos de uma possível nova estiagem severa.

Igrejas também avaliou que a dragagem realizada no ano passado para facilitar o fluxo de embarcações não teve o efeito esperado. 

“Ela foi feita de maneira emergencial e para uma dragagem efetiva é preciso trazer equipamentos certos. Por isso, é importante fazer isso com antecedência, para trazer os equipamentos certos e para os pontos certos”, disse.
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