Chamada de "Taxa da Pouca Água", as operadores de navegação MSC e Maersk querem cobrar o valor devido ao baixo nível das águas. Medida pode ser implementada na próxima semana
No ano passado, o valor cobrado era de US$ 2.100 mil. Serafim disse que a taxa é muito maior e a cobrança ocorre ainda no início do período da vazante. (Foto: Divulgação/Sedecti)
O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa (PSB), expôs o incômodo do governo estadual e de empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM) com uma taxa que seria imposta pelas operadoras de navegação MSC e Maersk devido ao baixo nível das águas. A chamada “taxa de pouca água” da MSC será de 5 mil dólares por contêiner, enquanto a da Maersk será de 5,9 mil dólares. A cobrança está prevista para iniciar em agosto.
A situação foi levada pelo secretário à 315ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Suframa (CAS) na quarta-feira (3). Serafim Corrêa relembrou que as empresas já cobraram uma taxa semelhante em 2023, mas o valor era de 2.100 dólares e ocorreu no auge da estiagem. Já neste ano, a taxa é muito maior e a cobrança ocorre ainda no início do período da vazante.
Serafim ainda acusou as operadoras de navegação de estarem se aproveitando de um momento “que ainda nem aconteceu para ganhar dinheiro” e pediu resposta das autoridades federais. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, endossou as críticas do secretário e pediu que a situação fosse levada ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, afirmou aos presentes que levaria a demanda ao vice-presidente Alckimin para que ele estabeleça uma discussão em torno do tema.
Para A CRÍTICA, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, explicou que a cabotagem – transporte entre portos brasileiros de produtos em contêineres – é o modal mais utilizado tanto para abastecer quanto nas cargas de retorno provenientes do Distrito Industrial de Manaus e que o comércio já tem ideia da dificuldade que será a estiagem devido à experiência de 2023.
Segundo o presidente, essa foi a principal questão que o fez procurar o secretário Serafim Corrêa. Ele ressaltou que as dificuldades apresentadas colocam o setor em uma situação difícil perante a população e desperta preocupações.