Primeiro dia de Enem 2022 em Manaus tem surpresa com tema e otimismo de estudantes

Mantendo certa tradição, o tema do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 pegou todos os estudantes de surpresa. Nos mais diferentes pontos que receberam a prova em Manaus, as apostas iam desde questões políticas, guerra e pandemia, deixando o tema  “Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil” ainda mais complexo de se trabalhar.

A reportagem de A CRÍTICA foi até os portões das escolas conversar com os alunos, que lidam cada um a sua forma a este primeiro dia de provas na capital. Para o estudante Marcos Antônio, de 18 anos, o tema da redação foi uma completa surpresa, mas que ainda sim lhe permitiu fazer um bom texto. 

“Foi bem interessante, difícil, mas que deu pra criar um raciocínio. Não foi [o tema] que eu pensava que seria, como algo mais sobre política e a guerra [entre Rússia e Ucrânia]. Agora semana que vem, com as perguntas de exatas, eu posso me sair até melhor”, afirma o estudante, que fez a prova na Escola Estadual Professor Djalma da Cunha Batista, no bairro Japiim, zona Sul de Manaus.

Já para Paulo Melo, de 17 anos, e estreante no Enem, suas diferenças no tema da redação foram completamente diferentes do que foi definido. Ainda sim, ele  - que fez a prova na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no bairro Chapada, zona Centro-Sul da capital - vê com mais entusiasmo este primeiro dia de provas, voltado para as ciências humanas.

“Foi um tema mais complicado do que pensei que seria, pensei que pudesse [o tema] ser algo mais voltado para a questão da independência do Brasil, que chega aos 200 anos agora, ou até algo sobre a semana da arte moderna. Agora esse assunto? Eu não esperava, mas acho que deu para desenvolver alguma coisa interessante. Sou mais de [ciências] humanas, então vamos ver como será na semana que vem”, afirma Paulo.

Em contrapartida aos dois primeiros estudantes, Tayane Alice, de 19 anos, viu o tema com menos surpresa, afirmando que o contexto amazônico lhe ajudou na construção de seu texto, bem como as demais respostas. 

“O tema em si é bastante complicado, mas teve os seus contextos e para mim foi algo bom, apesar das ideias fugirem um pouco da mente por conta do nervosismo. Foi algo que tem muito a ver com a realidade que temos hoje, principalmente pelas duas mortes de pessoas que estavam defendendo essa causa indigêna [o Jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, assassinados no Vale do Javari”, diz a estudante, que fez a prova no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), no Centro de Manaus. 

SOBRE A PROVA

A previsão inicial Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é que cerca de 3,4 milhões de candidatos fizessem o exame neste ano. Esse é o menor número em 17 anos, ou desde 2005. Apesar do quantitativo baixo, ainda é um pouco maior que o registrado em 2021, quando 3,1 milhões de pessoas se inscreveram para a prova.

O Enem é realizado em 11.175 locais de prova em 1.747 municípios. Só no Amazonas, mais de 79 mil estudantes devem participar da prova. Ainda segundo o Inep, 3.331.566 candidatos fazem neste ano o Enem impresso e 65.066, o digital.

Os portões abriram às 12h e fecharam às 13h (horário de Brasília). As provas começam a ser aplicadas às 13h30 e terminam às 19h, horário de Brasília. Neste primeiro dia do exame, os candidatos fizeram, além das provas objetivas de linguagens e ciências humanas, além da redação.

No próximo domingo (20), os participantes fazem as provas de matemática e ciências da natureza.

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