Profissionais da educação

Profissionais da educação prometem diálogo com governo, mas greve está mantida

Professores, pedagogos, profissionais da área administrativa pedem o reajuste da data-base da categoria e ameaçam paralisar 100% as atividades caso não haja um acordo com o governo do estado

Giovanna Marinho
17/05/2023 às 12:16.
Atualizado em 17/05/2023 às 14:07

Mobilização acontece na frente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Foto: João Paulo / Divulgação)

A base governista da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) vai intermediar um diálogo entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) e a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM). A decisão ocorreu durante reunião na presidência da Casa, após milhares de profissionais da educação tomarem uma faixa da Av. Mário Ypiranga, bairro Flores, Zona Centro-Sul, em frente a ALE-AM, nesta quarta-feira (17).

Professores, pedagogos, profissionais da área administrativa pedem o reajuste da data-base da categoria e ameaçam paralisar 100% as atividades caso não haja um acordo com o governo do estado. As atividades em 42 municípios foram paralisadas parcialmente. 

A sessão da ALE-AM chegou a ser aberta, mas por volta das 9h40 foi suspensa por tempo indeterminado para reunião. Quinze deputados, incluindo o presidente da Casa, Roberto Cidade (UB) e o presidente da Comissão de Educação, Cabo Maciel (PL), que justificou a falta de reajuste das datas-base a perda de R$ 1 bilhão de arrecadação do estado nos quatro primeiros meses do ano. 

“O presidente [Cidade] sinalizou que conversou com o governador Wilson Lima e irá com uma comissão formada pelos lideres do governo, a comissão de educação e o próprio presidente até o palácio do governo tratar desse assunto para que amanhã com local e hora pré-definidos o presidente chamará os sindicatos para colocar junto com a equipe de governo um posicionamento do governo quanto ao movimento”, disse Cabo Maciel. 

Já era prevista para esta quarta-feira uma greve da categoria após assembleia geral do Sinteam organizada na sexta-feira (12). Uma decisão liminar do desembargador Domingos Jorge Chalub Pereira, do Tribunal de Justiça do Amazonas (ALE-AM) que considerou ilegítima a decisão do sindicato. A ordem partiu de uma Ação Civil Pública (ACP) impetrada pelo Governo do Estado do Amazonas. Durante o protesto dos professores, o TJ-AM notificou o sindicato, o Sinteam vai recorrer. 

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas e professor de carreira, Sebastião Padilha, afirmou que mesmo com a decisão, os trabalhos estão determinados a dar continuidade a paralisação. O Sinteam vai recorrer da decisão. 

Durante a manifestação, os trabalhadores pediam um diálogo com o governador e proferiam palavras de ordem contra Wilson Lima e contra a secretaria de educação do estado, Kuka Chaves. Em dado momento do protesto, três homens que estavam em um carro modelo Chevrolet Cruze, na cor preta, foram conduzidos para a 23° Distrito Integrado de Polícia (DIP) por jogaram contra a multidão de trabalhadores um artefato explosivo. 

“Queremos uma resposta do governador. Temos uma comissão que há quase dois meses estuda esse repasse e esses estudos já foram repassados para o governador. A greve é o último instrumento do movimento que foi criado em janeiro e foi de agigantando por falta do mão jeito que o governador está nos tratando. Quinta feira passada foi deflagrada a greve. A gente cumpre um período de 72 horas para impactar a greve que é hoje. Esse tempo ele tem para dar uma resposta. Eles acharam por bem a justiça tornar ilegal a nossa deve porque tem uma comissão trabalhando e não dar resposta. Hoje o governador ainda pode dissolver isso aqui. Sendo que só quem pode deliberar para acabe com a greve é a categoria”, disse o diretor. 

Por meio de nota, o Governo do Amazonas destacou que estuda um meio de revisar a data base apesar da queda na arrecadação. Veja a nota na íntegra: 

O Governo do Amazonas informa que já trabalha em um estudo financeiro, em virtude da queda na arrecadação no Estado, situação registrada também em outros estados, para que seja definido qual percentual de reajuste será oferecido aos profissionais da rede estadual de Educação do Amazonas. Uma reunião entre a equipe técnica do governo será realizada nesta quinta-feira (18/05), para tratar de novas propostas para a categoria.

O Governo do Amazonas reforça que segue trabalhando em uma série de ajustes administrativos, como o recadastramento de servidores, buscando a desoneração da folha de pessoal, para que seja possível realizar o pagamento da data base dos profissionais da Educação.

Cabe ressaltar, ainda, o compromisso da atual administração estadual com a valorização dos profissionais da Educação que, desde 2019, já pagou mais de R$ 139 milhões em abono Fundeb para todos os servidores, entre professores e administrativos, ato inédito até então. O governo concedeu, também, de 2019 a 2021, quase 14% de reajuste salarial, sendo o último, de 9,19% a contar de 01 de janeiro de 2022; realizou a progressão vertical e horizontal de 18,7 mil servidores; além de investimentos realizados na qualificação dos profissionais e melhorias na infraestrutura das unidades de ensino.

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