O trio D’água Negra, a DJ e produtora musical Guillerrrmo, a banda Jambu, o rapper Kurt Sutil e a cantora-compositora Luli Braga fazem parte do projeto
Luli Braga, cantora e compositora; Kurt Sutil, membro do coletivo 'Aposse92'; D’água Negra é formada por Bruno Belchior, Clariana Arruda e Melka Franco (Fotos: Divulgação)
O trio D’água Negra, a DJ e produtora musical Guillerrrmo, a banda Jambu, o rapper Kurt Sutil e a cantora-compositora Luli Braga integram o Circuito Manacaos – uma rede sonora manauara. O projeto, que envolve esses artistas de diferentes vertentes musicais, foi selecionado e será patrocinado pela plataforma Natura Musical em 2023. A proposta apresentada pelo coletivo se destacou entre as de outros 2.500 inscritos: destes, apenas 30 foram selecionados.
O Manacaos traz cinco projetos emergentes a dialogar entre si por meio da rede de profissionais da cultura que sustenta o desenvolvimento do território artístico amazônida. O projeto é dividido em três etapas.
“A primeira é a produção musical de um single desses artistas; a segunda é a realização de shows e eventos conectados a coletivos de música eletrônica da cidade: ARHE, APosse92, SujaRec, Banana Frita e FreetaLab; e a terceira etapa é a promoção e a realização de curso de capacitação de pessoas trans e mulheres no mercado de trabalho da cultura manauara”, explica Bruno Belchior, integrante do trio D’água Negra e da produção executiva do projeto.
O Manacaos foi criado em setembro de 2022, especialmente para ser inscrito no Edital Natura Musical. “O projeto tem a proposta de realização entre 2023 e 2024, com o intuito de ocupar a cidade de Manaus, tanto com essas divulgações desses artistas, quanto com os eventos e os cursos educacionais de formação”, ressalta Belchior.
Capacitação
O produtor destaca que foi pensando na realidade manauara, na qual a maioria dos produtores musicais e DJ’s são homens, que o Manacaos pensou numa forma de promover a formação de mulheres cis e trans no mercado de produção musical.
“O projeto Manacaos se atrelou a outro projeto, que é o ‘Discochicas’, um projeto de formação de discotecagem para mulheres e pessoas trans, criado pela produtora cultural e produtora musical Clariana Arruda. Esse projeto formou mais de oito DJ’s em 2022 e, agora, atrelado ao Circuito Manacaos, a tendência e o intuito é expandí-lo. Além da discotecagem, fomentar a formação de produtoras musicais, tanto mulheres e, principalmente, trans no mercado de trabalho manauara”, revela Bruno.
Sobre o Edital
O processo de inscrição e seleção para o Edital Natura Musical acontece anualmente. Os projetos inscritos são avaliados por curadores que também são selecionados, entre eles artistas, produtores culturais e atuantes do mercado musical do País inteiro. Este ano, o rapper amazonense Victor Xamã fez parte da equipe de curadoria.
“Os critérios que eles basicamente analisam são cinco: a relevância musical da proposta; o impacto positivo, ou seja, projetos que ampliem o acesso e a inclusão do público, que promovem a equidade étnico-racial e de gênero, diversidade sexual e, além disso, eles analisam também o quanto aquele projeto é capaz de mobilizar o público, o quanto ele é capaz de apresentar o frescor das novas sonoridades, ritmos, linguagens. E, por fim, também é analisada a capacidade de conectar cenas, de conectar artistas de espaços diferentes, tecendo redes”, comenta a cantora Luli Braga, que também faz parte da produção executiva do projeto.
Após o Natura Musical contemplar os projetos, inicia-se toda a fase de contratação, pagamento e patrocínio da plataforma. “Nós receberemos futuramente o valor e todas as nossas ações vão contar com o patrocínio Natura Musical, sejam elas produções artísticas, circulação ou formação”, conclui Luli.
Saiba mais
>> Equipe
Além dos cinco artistas, o projeto também conta com uma equipe de produção: Direção geral: Raissa Carvalho; direção artística: Mafel Matagal; comunicação e gestão de mídias sociais: Samila Souza; designer: David Martins; e direção fotográfica: Demi Brasil.