Premiação

Fotojornalista amazonense Raphael Alves vence concurso internacional de fotografia

Ele ficou em primeiro lugar na categoria ‘Clima’, do Concurso de Fotos 2023 promovido pela The Nature Conservancy (TNC), com uma fotografia que retrata os extremos da seca e da cheia dos rios

Gabrielly Gentil
online@acritica.com
03/11/2023 às 18:03.
Atualizado em 03/11/2023 às 18:03

Foto foi feita na Vila do Cuia, em Anamã, em 2021 (Foto: Raphael Alves)

O fotojornalista amazonense Raphael Alves é um dos três brasileiros a vencer o Concurso de Fotos 2023, um dos prêmios mais tradicionais na área da fotografia, promovido pela The Nature Conservancy (TNC).  Ele ficou em primeiro lugar na categoria ‘Clima’ – uma categoria internacional – com uma fotografia que retrata as questões das mudanças climáticas: os extremos da seca e da cheia dos rios. 

A foto faz parte de um trabalho realizado por ele desde 2009, sobre como o ser humano se relaciona com esses extremos. Acima de tudo, sobre a relação do povo da região Norte com as águas. Esse trabalho foi realizado na Vila do Cuia, no município de Anamã - AM, em 2021. 

Raphael busca por meio de seu trabalho dar voz e imagem para as pessoas, para a situação da região, que é sempre vista muito de longe. “A gente tá vivendo o momento de uma extrema seca, dois anos depois de uma cheia extrema. E é importante chamar atenção pra cá, né? Eu acredito que a floresta, a Amazônia, são muito vistas no ponto de vista do satélite. Por exemplo, agora durante esse período tenso que estamos vivendo de seca extrema e essa fumaceira das queimadas – que eu também cobri  – eu vi muita gente repetindo sobre o número de focos na Amazônia ter diminuído. E pode ter diminuído na Amazônia, mas no Amazonas não”, lamenta Raphael. 

Para ele, as pessoas veem a região como um todo, mas não enxergam as especificidades. “O que adianta você ter um dado de que diminuiu o número de queimadas na Amazônia, por exemplo, e em Manaus, no Amazonas, em geral, as pessoas estarem respirando fumaça com partículas e um ar com umas das piores qualidades do mundo? E é a mesma coisa em relação a cheia, a seca... Como é que isso afeta as pessoas? Eu olhar de cima, ver o rio seco é importante, porque da uma dimensão. Mas e lá embaixo, né? Quem são essas pessoas? O que elas estão passando? Como fica o dia a dia delas? o que muda? Como elas devem se adaptar? Como elas enfrentam isso?”, indaga o fotógrafo. 

Critérios 

Para participar do concurso, Raphael enviou cinco fotos na intenção de concorrer nas categorias ‘Pessoas’, ‘Natureza’ e ‘Clima’. No entanto, foi escolhido apenas nesta última. “E uma coisa importante, depois que você faz a foto e ela é considerada para a final, você tem que mandar o arquivo original para provar que não teve manipulação excessiva, além do normal, porque nós fotografamos o arquivo cru e, claro, a gente faz ajustes de contraste e tal. Mas nada que você tira ou coloca na imagem, nenhum tratamento de pele, nenhum tratamento excessivo de cor, essas coisas”, esclarece. 

Premiação

Além do anúncio, os vencedores concedem algumas entrevistas, e os primeiros colocados de cada categoria ganham um prêmio de mil dólares. “É um voucher que você vai usar em um site que eles vão determinar, e esse valor, se eu não me engano, é para usar em equipamento fotográfico. Então eu provavelmente vou ter esse valor para investir em algum equipamento, alguma coisa nesse sentido, que possa colaborar com o meu trabalho”, conclui. 

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