Amazônia

'Gyuri': filme sobre a trajetória de Cláudia Andujar com os Yanomami é exibido no Norte

Depois de ter sido exibido em Manaus nesta sexta, a produção será apresentada em São Gabriel da Cachoeira na terça-feira

Gabrielly Gentil
bemviver@acritica.com
28/05/2023 às 10:11.
Atualizado em 28/05/2023 às 10:11

Claudia Andujar e Davi Kopenawa em cena do documentário “Gyuri”, filme que já foi exibido em festivais internacionais (Foto: Divulgação)

A trajetória da fotógrafa suíça Claudia Andujar com os Yanomami foi transformada em produção cinematográfica sob a direção de Mariana Lacerda. E após ser exibido nacional e internacionalmente em festivais e nas salas de cinema, “Gyuri” passa por uma temporada especial no Norte do País com sessões em Boa Vista (RR), Manaus (AM) e são Gabriel da Cachoeira (AM). 

Na capital amazonense, o filme estreou nesta sexta-feira (26) no Cine Casarão. E na próxima terça-feira (30), a obra será exibida em São Gabriel da Cachoeira, no recém-inaugurado Cine Japu, no telecentro do Instituto Socioambiental (ISA). Na ocasião haverá uma roda de conversa com a diretora Mariana Lacerda. Representantes do povo Dâw, que participaram de um trabalho da diretora, estarão presentes.

“‘Gyuri’ teve várias exibições fora do País e estreou no Brasil no festival Internacional de documentários ‘É Tudo Verdade’, em 2020. Quando acabou, pudemos exibir o filme em salas de cinema, o que aconteceu ano passado. E levar o filme ao Norte significa, para mim, uma espécie de justiça poética”, declara Mariana.

Para a cineasta, é uma grande honra exibir “Gyuri” na terra mais indígena do País. “Uma honra para mim exibir o filme no Cine Japu. Uma honra para mim poder contribuir, a partir da cidade, a partir do meu trabalho, com a luta indígena”, diz ela.

Assim como os Yanomami e os povos indígenas de maneira geral que lutam pela sobrevivência, Claudia Andujar, de 90 anos, atravessou a guerra na Hungria, fugiu da perseguição nazista em Viena e, depois de se exilar no Brasil, acolheu e foi acolhida pelos Yanomami. 

“Claudia perdeu toda sua família paterna no holocausto. Sabemos o quão o plano de genocídio indígena está em curso desde que o Brasil é Brasil. O trabalho da Claudia é para que se evite o que aconteceu com a sua família possa acontecer com os Yanomami. Para tanto, ela faz uso da arte, em seu caso, as fotografias”, comenta a diretora. 

Mariana conheceu o trabalho de Claudia em uma exposição na Pinacoteca de São Paulo, no ano de 2000. “Mas a ideia do filme nasce em 2015, após alguns momentos felizes que convivi com ela, entre encontros, palestras, conversas...”, recorda.

Sinopse

“Uma linha geopolítica improvável entre a pequena aldeia húngara de Nagyvárad e a Terra Indígena Yanomami, na Amazônia brasileira. Judia, sobrevivente da Segunda Guerra, Claudia Andujar exilou-se no Brasil e dedicou a vida à salvaguarda dos povos Yanomami. Seu valioso acervo, sua militância incansável, seu passado de guerra e a vulnerabilidade atual dos indígenas são revistos por meio de diálogos de Andujar com o xamã Davi Kopenawa e o ativista Carlo Zacquini, com a interlocução do filósofo húngaro Peter Pál Pelbart”.

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