Páginas de A CRÍTICA servem como inspiração para obras que serão expostas na avenida Paulista, em SP

As páginas do jornal A CRÍTICA serviram como inspiração para composição de obras do artista pernambucano Derlon. Sob o tema ‘Trabalho e Luta’, as obras que estão expostas até o dia 26 de maio na Avenida Paulista, celebram as conquistas alcançadas pelos trabalhadores e trabalhadoras e reafirmam a necessidade da luta constante.

 Dez anos de luta histórica

 A história dos direitos trabalhistas é marcada por luta e resistência desde a Revolução Industrial, no século XVIII. Luta que, no Brasil do século XXI, é encabeçada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) - organização sindical formada a partir da unificação de centrais sindicais e que promove a Exposição da Paulista há dez anos.

 “A Exposição, inaugurada no Dia do Trabalho, celebra as conquistas alcançadas, mas também reafirma a necessidade da luta constante, coletiva, por melhores condições de trabalho, a valorização dos trabalhadores e seus direitos, para a construção de um país mais justo e desenvolvido”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.

Os painéis retratam 15 tópicos dessa luta histórica, pontuados pelos professores da UNICAMP Claudio Batalha e José Dari Krein, com coordenação do professor Erledes Elias da Silveira: Organização dos Trabalhadores, Migrações, Jornada de Trabalho, Trabalho Feminino, Não ao Trabalho Infantil, Racismo, Tecnologia a Serviço da Vida, Fim do Trabalho Escravo, Luta pela Terra, Luta pelo Planeta, Direitos Sociais e Trabalhistas, Juventude, Discriminação por Orientação Sexual, Pessoas com Deficiência e Saúde.

 Escolha dos periódicos

 O trabalho de Derlon resgata a fotopintura, a estética dos cordéis, com traços e personagens que lembram e valorizam a figura do brasileiro e as tradições brasileiras. Suas obras são propositadamente simples e expressivas. A opção estética do artista, segundo o próprio Derlon, é reduzir traços e acentuar o poder comunicativo de suas obras.

Em entrevista à reportagem de A CRÍTICA, Derlon explicou como surgiu a ideia de pintar sobre os jornais e o que motivou a escolher as páginas do principal veículo de comunicação do Amazonas. Vale ressaltar que outros jornais foram escolhidos também, como: Folha de São Paulo, Diário de Pernambuco e etc.

 “A gente se baseou nos 15 temas selecionados para essa exposição e a partir desses temas buscou jornais que tivesse algo, alguma matéria com um título interessante e com uma boa relação com a nossa proposta. Foi assim que chegamos no jornal A Crítica. Encontramos algumas matérias que convergiam com a nossa proposta desses 15 temas”, explicou Derlon.

O artista ressalta ainda como foi o processo criativo para compor as 15 obras que serão expostas na Avenida Paulista.

“O que motivou a realizar esse tipo de intervenção foi também a proposta dada, fazer grandes painéis. Eu fiz uma escolha por obras que tivessem um grande impacto visual, e um grande poder de comunicação. Como esse projeto de desenhar sobre jornal é um projeto meu de longo prazo, desde o início da minha carreira e nos últimos 2 anos estou resgatando esse projeto e ao mesmo tempo repaginando, que não dá pra repetir algo de 12, 13, 14 anos atrás. Então, estou trazendo e ao mesmo tempo remodelando. E o que acreditei que para essa exposição, essa minha linha de trabalho era o que mais conversava para a proposta. O diálogo, temas em relação ao trabalho, eu acho que esse meu trabalho de pintar sobre jornal foi a melhor escolha dentro do leque de obras que eu tenho no meu trabalho e na minha carreira. Por isso eu selecionei em especiais essa vertente da minha obra para expor nesse projeto da Paulista”, ressaltou Derlon.

 Outro artista

 Compondo o cenário de luta, mais 15 obras também poderão ser contempladas durante a exposição. Ao lado das obras de Derlon, Marcelo Cipis, arquiteto que transita por diversas linguagens artísticas como a pintura, desenho, colagem, esculturas e instalações, atua ainda como ilustrador e também como escritor, também terá a oportunidade de demonstrar seu trabalho.

Em 2000, Cipis foi laureado com o importante prêmio internacional da Fundação Pollock Krasner, de NY, que levou o trabalho do artista para diversas instituições e galerias de todo o mundo.

“Esses trabalhos interpretam questões essenciais que precisam ser adotadas em alguns casos, como a qualidade da saúde no trabalho ou do planeta, e superadas em outros, como a questão do racismo ou da LGBTQ+ fobia. Acredito no poder da arte como instrumento para transformar a sociedade. As imagens falam por si, são passíveis de serem interpretadas livremente, mas resolvi colocar títulos, para situar mais didaticamente as mensagens. Nestes trabalhos também ponho em prática uma das minhas paixões, que é o cartaz na rua, algo que pode trazer beleza e alegria à cidade”, conta Cipis sobre as obras que traz para a exposição da Paulista.

Assuntos

Compartilhar