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Terezinha Morango, a 1ª amazonense Miss Brasil que por pouco não foi Miss Universo

Momentos antes da cerimônia do Miss Universo 2018, que acontece hoje em Bangkok, na Tailândia, contamos a história da antecessora de Mayra Dias

Laynna Feitoza
16/12/2018 às 15:13.
Atualizado em 11/03/2022 às 14:00

(Terezinha Morango nasceu no município de São Paulo de Olivença, no interior do Amazonas)

Na noite deste domingo (16) acompanharemos mais uma edição do Miss Universo, considerado o concurso internacional de beleza mais importante do mundo. Para os amazonenses, a alegria é dupla: neste ano o Brasil enviou para a Tailândia, sede das atividades de 2018, uma moça amazonense, nascida em Itacoatiara. Interiorana e – ao mesmo tempo - cosmopolita, Mayra Dias, 27, levou sob seu discurso a voz da preservação de uma Amazônia que ela tanto ama. 

Uma das missões de Mayra, porém, é alcançar o mesmo patamar que Terezinha Morango, a primeira Miss Brasil amazonense - e única, até o ano passado. Nascida na Fazenda Canavial, em São Paulo de Olivença, a amazonense conquistou o título de mulher mais bela do País em 1957 e, por muito pouco, não se sagrou a mulher mais bela do mundo naquele ano, ficando em 2º lugar no Miss Universo. A vencedora do concurso daquele ano foi a peruana Gladys Zender.

Filha de um português com uma amazonense, Terezinha teve 7 irmãos e morou no bairro da Aparecida, após sair do interior. O tempo passou e ela ingressou em concursos mais modestos de beleza: foi Rainha dos Estudantes de Manaus, Rainha das Calouras do Ginásio Dom Pedro II, e Miss Cinelândia 1956 – concurso de abrangência nacional, patrocinado pelo jornal O Globo. Na época, as pessoas votavam por meio de cupons recortados dos jornais. Com a vitória, ela conheceu o Rio de Janeiro e ganhou uma viagem para Hollywood. 

Anos antes, porém, ela recebeu o prenúncio de que havia um grande destino reservado a ela nos concursos de beleza. "Lembro-me de estar com amigos em Manaus, na Praça da Polícia, para ver a Marta Rocha (Miss Brasil 1954) desfilar em um carro aberto. Assim que ela passou, os meus colegas brincaram comigo, dizendo que eu seria a próxima. Eu não levei a sério", comentou Terezinha, em depoimento para o livro "Diário de Uma Miss”, escrito por Lilian Lopes, Miss Amazonas e Vice Miss Brasil 2010.

O estopim

(Gladyz Zender [ao centro], vencedora do Miss Universo 1957. Terezinha Morango, ao lado dela, ficou com o segundo lugar)

Em 1957, Morango foi convidada pelo Atlético Rio Negro Clube para ser a Miss Amazonas daquele ano. A menina de 54, que não imaginava ser miss naquele ano, entrou no concurso de 57 determinada a vencer o certame, que ocorreu no hotel Quitandinha, em Petrópolis (RJ). Naquela época, as misses eram equivalente às “top models” e Terezinha estampou, por diversas vezes, a capa da revista Manchete – a publicação mais importante da época no Brasil.

O Miss Universo daquele ano aconteceu em Long Beach, nos Estados Unidos. Tanto o concurso quanto o confinamento tiveram pontos memoráveis – e inusitados. “Um fato curioso que ficou marcado foi que cada miss estrangeira dividia o quarto com uma miss americana... minha colega de quarto, no caso, era da Flórida. Cada uma tinha que levar um presente para o prefeito. Eu levei uma pedra Topazio e a minha colega levou um filhote de crocodilo, que ela deixava na banheira. Achei aquilo tão engraçado que nunca esqueci”, disse Terezinha, em depoimento exclusivo para o BEM VIVER. 

Passado o concurso, Terezinha conheceu o marido, o empresário carioca Alberto Pittigliani – já falecido - com quem casou e teve dois filhos. Atualmente, ela tem 82 anos e vive no Rio de Janeiro. Mesmo após o reinado de Miss Brasil, permaneceu requisitada pela imprensa. E algo que ela fazia questão de contar era sobre o quanto amava as lendas do folclore amazonense. “Hoje eu tenho a impressão de que algum dia, quando era muito pequena, ouvi o canto do fabuloso uirapuru. Sabem porquê? Porque ouvir o canto desse pássaro dá sorte, e eu sempre fui feliz, sempre, sempre”, comentou ela, em entrevista à revista Manchete, em maio de 1966.

Na entrevista, ela revelou que nunca tirou o Amazonas do pensamento. “E foi para compensar-me dessa ausência do grande rio-mar que ‘exigi’ do Alberto uma casinha em Petrópolis – ‘o meu pequeno quintal’, como o chamo. Lá, corre um riachozinho que me lembra os deliciosos igarapés do Amazonas. E de vez em quando, eu me sinto tão feliz que até parece que estou ouvindo o uirapuru cantar por lá...”. 

Dedicação nas etapas preliminares

Mayra Dias, Miss Brasil 2018, segue com as atividades de confinamento do Miss Universo, que vai ocorrer dia 16. Na última quinta (13), ela fez os tradicionais desfiles de biquíni e em traje de gala, como parte da fase preliminar que escolherá as 20 classificadas do certame. O evento aconteceu no Impact Arena - Exhibition And Convention Center, em Bangkok, na Tailândia.

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