Audiovisual

Websérie amazonense 'Endemia' é indicada a festival carioca

Produção retrata a vida de sete pessoas no início do isolamento social em 2020 e foi distribuída em cinco episódios, que podem ser acessados no Youtube

Laynna Feitoza
06/04/2021 às 20:53.
Atualizado em 22/03/2022 às 15:18

(Akilles Anderson interpreta o personagem Leonardo, que enfrenta o desemprego em meio à pandemia (Foto: Murilo Barbosa/Divulgação))

A websérie amazonense “Endemia”, que mistura a rotina de isolamento social de sete artistas durante o ano de 2020 com a vida dos personagens que eles mesmos interpretam, foi indicada ao Festival de Audiovisual Cawcine, que acontece no Rio de Janeiro. A produção, dirigida por Diogo Ramon, concorre à categoria de “Melhor produção audiovisual com temática e preocupação ambiental”.

O evento de premiação, que aconteceria no dia 31 de março, foi adiado por conta do novo decreto estadual de enfrentamento ao vírus na capital fluminense, e ainda não há nova data definida. Porém, os interessados em assistirem a produção podem acessá-la gratuitamente no canal de Diogo Ramon no YouTube (www.youtube.com/diogoramonoficial), onde ela está hospedada em cinco episódios.

De acordo com Diogo, a dramaturgia do roteiro ficcional se resume na vida dos jovens Igor, Leonardo, Natália e a enfermeira Elizabeth, junto da artista Nádia e de Maria e Luiz, que são mãe e filho. São pessoas que residem na cidade de Manaus e tiveram de enfrentar várias dificuldades diárias com a chegada da pior pandemia dos últimos tempos.

“Todos os personagens são acometidos de endemias sociais. São elas: a desigualdade social bem expressa pelo desemprego de Luiz e Leonardo, e as maiores possibilidades econômicas de Natália; a dificuldade na profissão artística de Nádia e do ofício da área de saúde de Elizabeth; a falta de segurança pública (causada também pela desigualdade social) que é mostrada no medo de Maria e sua busca por se ‘libertar’ andando pelas ruas em plena pandemia; e as problemáticas psicológicas que afetam Igor, Leonardo e Elizabeth”, destaca o diretor.

A vida dos personagens se cruza quando começa a pandemia, e todos, em pleno pós-Carnaval, precisam paralisar os planos do ano, segundo Diogo. “As comunicações entre as personagens começam a acontecer somente pela Internet e os meios digitais. Acredito que um tipo de afastamento acontece quando essas personagens, que atravessam a mesma tempestade (a pandemia), percebem que estão cada um numa navegação diferente. Cada um vai ter que sobreviver da melhor forma possível. Essa distância expressa na dramaturgia a individualidade de cada um”, complementa ele.

O uso do termo “endemia” para denominar a websérie foi pensado justamente por refletir as diferenças de uma pandemia e uma endemia – uma não substitui a outra, mas ambas existem e acontecem em paralelo, segundo o diretor. “A endemia, que é aquela doença que acontece com frequência em um período ou lugar, acaba ficando esquecida durante uma pandemia. E o mesmo aconteceu com as endemias sociais [desigualdade social, preconceito, discursos de ódio e etc]. A pandemia só aumentou os males endêmicos existentes na sociedade”, reflete Ramon.

Formato

As gravações de “Endemia” se dividiram em duas partes: na de criação do conceito da obra, que foi feita através de vídeos experimentais dos atores nas suas casas em isolamento; e nas gravações das cenas das personagens. O primeiro momento durou cerca de 5 meses (agosto a dezembro), e aconteceu nas casas dos atores, relembra o diretor. A equipe buscou cumprir todos os protocolos de biossegurança orientado pelos orgãos de saúde.

“Eles criavam cenas, e mostravam o cotidiano de isolamento social em seus lares. Todas foram gravadas por meio dos seus celulares. Essas cenas foram utilizadas nos trailers produzidos e em muitas partes dos episódios. A segunda parte de gravações aconteceu também nas casas dos atores, porém, desta vez contou com a presença do cinegrafista Murilo Barbosa, que é também o diretor de fotografia. Essa parte durou cerca de uns dois meses, entre final de outubro, novembro e início de dezembro”, comenta Diogo.

Na última sexta (26), a equipe lançou o making-of da produção e gravação da série no Youtube. O documentário conta como o trabalho foi executado. Segundo Diogo, há a possibilidade da produção ser divulgada em outros meios além da Internet. “Recebemos convite para exibição da série na TV, e estamos ainda flertando com essa possibilidade. Quanto mais pessoas atingidas pelas mensagens que colocamos no trabalho, melhor”, completa Diogo.

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