Tufão da Colina voltou a levantar a taça do Barezão depois de mais de três décadas e marcou história no futebol amazonense e Brasileiro
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Campeão amazonense de 1966, o São Raimundo era considerado o “primo pobre” entre os times da capital. Primeiro time da era do profissionalismo a soltar o grito de “É campeão!”, por ter vencido o 1º turno do Barezão de 1964, o Tufão da Colina mergulhou num período de trevas por mais de 30 anos.
A luz só voltou brilhar na “Colina dos Sonhos” em 1997, quando um mineiro de Uberlândia assumiu o comando do Mundico. Sem a dupla Rio-Nal, que se ausentaram daquele Estadual por problemas financeiros, Aderbal Lana fez surgir um novo Rei nos gramados do Barezão, e ele veio para marcar um longo e glorioso reinado de conquistas.
Com Reinaldo, Wilson (Toninho), Nelson, Donizete e Guára; Kako, João Carlos Cavalo - o homem que tirou o Fast do jejum de 45 anos sem títulos -, Sidney e Luíca (Neto); Niltinho e Bugrão, o São Raimundo quebrava um tabu de 31 anos sem conquistar o Estadual. Mais que isso, dava início a uma nova era no futebol amazonense ao mesmo perdendo para o Princesa do Solimões por 2 a 1 na segunda partida. No jogo de ida no Gilbertão, o Tufão havia batido o time da casa por 1 a 0 e como tinha melhor campanha, levou o caneco.
Em 1998, o bicampeonato foi marcado pela confusão na final contra o Rio Negro. O resultado de 2 a 1 a favor do São Raimundo só veio no dia seguinte após a decisão. No lance do gol do título, a bola bateu na mão do atacante Bugrão antes de entrar na meta rionegrina.
Em 1999 veio a afirmação da chegada de uma nova era. Diante do mesmo Rio Negro, o Tufão da Colina se sagrou campeão invicto, com sete vitórias e cinco empates, marcando 35 gols e levando apenas 11. Derrotado em 1998, Delmo agora estava no São Raimundo e relembra a final.
“Eu que fiz dois gols, o Luíca fez outro. Era um time muito bem postado dentro de campo. Até porque nós treinávamos muito. As vezes a gente chegava de viagem e treinava no mesmo dia... era um absurdo de tanto treino”, comenta Delmo, que chegou ao Tufão ainda em 1998 para a disputa da Copa Norte.
“Em 99 nós já tínhamos um plantel excelente. Ainda em 98 nós tivemos umas quedas financeiras e acho que foi onde o grupo se uniu muito mais. E, a partir de 99, nós conquistamos tudo o que vinha pela frente”, recorda o atacante.