Amazonas e Sul América: Conheça a história do maior clássico de futebol do interior
Em Parintins (a 369km de Manaus) o clássico entre a Cobra Coral e Leão da Ilha também agita e divide os corações dos habitantes da cidade. Rivalidade perdura há 70 anos e tem passagens de craques do futebol brasileiro
(O estádio Tupi Cantanhede é o grande palco do confronto das equipes há 70 anos. (Foto: Yuri Pinheiro e Divulgação))
Nem só de boi bumbá se vive a Ilha Tupinambarana! Nos gramados do estádio Tupy Cantanhede ‘a bola rola do jeito que a galera gosta’ há mais de 70 anos no maior clássico de futebol do interior do estado. De um lado o Leão da Ilha do Atlético Sul América e do outro lado a Cobra Coral, o Amazonas Esporte Clube.
Mas antes de tudo isso vir a ser um grande clássico, uma história se construiu ao longo dos anos para consagrar o confronto entre os dois clubes parintinenses na cena futebolística amadora do interior do Amazonas.
Ainda nos dias de hoje o confronto não perde a essência e emoção não faltou no último duelo com vitória do Sul América de 2 a 0 sobre o Amazonas no dia 26 de novembro de 2018 pelo Campeonato Parintinense. O ‘povão’ ainda comparece ao Tupizão. Faça chuva ou faça sol, o clássico parintinense de números incontáveis dos duelos reflete no esporte bretão do Amazonas o que é ser raiz e ter amor a camisa.
O segundo clube de futebol a ser criado de Parintins, distante a 370 km de Manaus, foi o Sul América fundado no dia 5 de outubro de 1948 por um cidadão de Belém-PA chamado Raimundo Almada. Fã do Clube do Remo-PA, o fundador do ‘Sulanca’ era um louco torcedor do Leão e após radicar-se no município mais populoso do Baixo Amazonas teve a ideia de homenagear o seu time do coração utilizando as mesmas cores do Remo, mas com um nome diferente: o Sul América.
Mas para toda essa rivalidade existir era necessário um adversário, e inspirado no Clube de Regatas do Flamengo, nasceu o Amazonas Esporte Clube em setembro de 1948.
Sonho de profissionais
No ano de 2012 especulou-se a profissionalização das duas equipes para jogar pela primeira vez o Campeonato Amazonense de Futebol. Os dirigentes de Amazonas e Sul América apresentarem durante entrevista ao CRAQUE alguns pontos sobre a possibilidade de tornar os clubes profissionais.
“Pra nós participarmos e podermos profissionalizar é necessário ter apoio financeiro. Em Parintins não temos patrocínio que possa nos dar suporte para ir a Manaus disputar o Barezão”, disse Cleandro Fontineli, vice-presidente do Amazonas Esporte Clube e atual presidente da Associação da Liga Esportiva de Parintins (ALEPIN).
Flávio Cardoso é o presidente do Atlético Sul América e disse que Parintins é um grande polo de jogadores e ainda sonha em vê o Leão disputar grandes competições como o estadual e até mesmo a Copa do Brasil.
“Se tivesse apoio do poder público e de empresários pra questão logística e até mesmo pra fazer melhorias no estádio Tupizão, seria muito bom e nós conseguiríamos tranquilamente colocar um time pra se profissionalizar e poder ter grandes jogos aqui na cidade ou ir em Manaus jogar também”, explicou.
Recortes Históricos do Clássico
Na mesma época da fundação de Sul América e Amazonas surgiu a liga parintinense de futebol para organizar o popular ‘Parintinzão’ no ano de 1948. Os dois clubes também enfrentaram clubes profissionais com destaque para o empate de 2 a 2 entre o “Sulanca” e Botafogo-RJ em pleno Tupizão em 1987.
Até mesmo o gênio das pernas tortas e craque da seleção brasileira atuou pelos dois clubes no ano de 1973 durante uma excursão pelo país. Garrincha jogou cada tempo em um clube e foi fundamental para a vitória do Amazonas no clássico.
No ano de 2013 houve reinauguração do estádio Tupi Cantanhede com a partida entre Amazonas e Sul América que levaram o público histórico de mais de 10 mil pessoas, sendo considerado o maior de confrontos de clubes do interior do Amazonas.