Futebol,Campeonato Amazonense 2012

Representantes do interior do Amazonas se destacam no estadual de futebol

Seis times do interior provam que o Futebol Amazonense se espalhou pelo Estado em 2012

Ivana Vitória Ribeiro
08/04/2012 às 19:31.
Atualizado em 12/03/2022 às 13:45

(Times do interior vem dando trabalho aos grandes da capital)

Nunca um campeonato foi tão amazonense quanto a edição desse ano. Dentre os dez clubes participantes, seis são de fora da capital - o que corresponde a 60% do total dos times. Sem contar que há dois anos o Estadual tem um campeão que é 100% interior, o Penarol.

De acordo com o historiador e autor da série Baú Velho, Carlos Zamith, os primeiros times do interior começaram a disputar o Estadual somente na década de 80.

Em 1980 surgiram os dois primeiros times interioranos, o Olaria de Humaitá e o Penarol, de Itacoatiara.

“O Olaria só disputou uma vez o campeonato”, lembra Zamith.

O clube de Humaitá não foi pra frente por conta da dificuldade de chegar ao município e também pelo retorno, que era mínimo. O Leão da Velha Serpa disputou o Amazonense até 82 e voltou novamente em 93. O terceiro a se profissionalizar foi o Princesa do Solimões em 87 ficando até 91. O seu retorno aconteceu em 95 e continua até os dias atuais.

Nova Fase

De 2004 até os dias atuais, uma “enxurrada” de times começou a surgir e a se filiar à Federação Amazonense de Futebol (FAF). Em 2004, o Grêmio Coariense surgiu e fez com que os outros seguissem o seu exemplo. O time se tornou o primeiro campeão amazonense do interior, em 2005. Em 2008 o Holanda repetiu o feito. O Penarol voltou em 2007. Os últimos a chegar na festa foram o Operário (2009) e o Iranduba, que disputa a sua primeira Série A.

Polêmica

Para Carlos Zamith os times do interior não trazem benefícios nenhum para o futebol amazonense. “Esses clubes não acrescentam em nada, além de não ter nenhuma perspectiva”, declarou. Na opinião do historiador, apenas o Penarol, de Itacoatiara, é quem tem a melhor condição como clube do interior. “O Penarol é o melhor time porque é de um município com maior número de habitantes”.

Zamith acrescenta que os clubes do interior têm o auxílio das suas prefeituras locais, já que sem essa ajuda não teriam condições para disputar o Amazonense. “Esses clubes não tem torcida”, disse. “Vão dizer que sou louco, mas estou dizendo a verdade”.

Expansão tem suas vantagens

A Federação Amazonense de Futebol (FAF) e os dirigentes comemoram o atual momento do Estadual. Entre os benefícios mais citados é o fato de cada clube ter o seu estádio para sediar as partidas.

“O apoio dos prefeitos, o estádio e a torcida ajudam a equipe a chegar ao título”, disse o diretor da FAF, Ivan Guimarães.

Bicampeão amazonense, o vice-presidente do Penarol, Ila Rabelo, dá a dica para que um clube do interior tenha sucesso durante a competição. “O segredo é a seriedade, comprometimento e a união do grupo e diretoria”, declarou.

Elder Batista, diretor de futebol do CDC/Manicoré, levanta outra vantagem: revelar jogadores. “Além de ser uma competição mais democrática, temos a chance de dar oportunidades para muitos atletas”, afirma.

Em Manacapuru, a briga é mais intensa. Operário e Princesa disputam a primeira divisão, mas como o Tubarão é mais antigo acaba levando vantagem no quesito torcedor.

Já para o presidente do Holanda, Paulo Radin, seria interessante que mais clubes do interior se profissionalizassem. “Agora sim o campeonato fica mais amazonense. Antes só eram times de Manaus”, comemora o dirigente.

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