Amazonas

Garimpeiros ateiam fogo nos prédios do Ibama e ICMBio no município de Humaitá

Polícia Militar e o Exército estão atuando para controlar a ação dos garimpeiros; carros dos órgãos também foram incendiados

Lívia Anselmo e Rafael Seixas
27/10/2017 às 20:23.
Atualizado em 12/03/2022 às 17:51

(Foto: Divulgação)

Um grupo de garimpeiros ateou fogo, na tarde desta sexta-feira (27), nos prédios e nos carros do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), situados em Humaitá, município distante 590 quilômetros em linha reta de Manaus. A motivação, segundo o subcomandante geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Cavalcante, foi a destruição de balsas e instrumentos de trabalho dos garimpeiros irregulares que atuam na região.

Após uma ação do Ibama, ICMBio e Força Nacional, segundo Álvaro, as balsas apreendidas e instrumentos de trabalho dos garimpeiros amanheceram pegando fogo, às margens da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Madeira, onde há garimpos de ouro. “Eles acreditam que seja responsabilidade dessas instituições o fogo nas embarcações apreendidas. Por isso, eles se revoltaram”, relatou. A informação também foi confirmada pelo 4º Batalhão de Polícia de Humaitá.

O tumulto, de acordo com Álvaro, começou pela manhã, mas só durante à tarde os garimpeiros começaram a incendiar as sedes dos institutos federais de preservação ambiental. A região é conhecida principalmente pelo garimpo ilegal de ouro.

Um funcionário público, morador da cidade e vizinho da sede do Ibama, contou que no município a revolta tomou conta das ruas durante todo o dia. Ele preferiu não ter o nome divulgado por medo de represálias. “O Ibama e o ICMbio, de acordo com os relatos de moradores aqui da cidade, atearam fogo nessas embarcações sem dar aos garimpeiros a oportunidade de se regularizarem para efetuar devidamente a extração do ouro no rio madeira. A partir disso os garimpeiros se uniram e atearam fogo nas sedes”, contou ele.

Após o incêndio, os garimpeiros tentaram ir para a sede da Marinha do Brasil, mas foram contidos com a ajuda dos policiais militares que acompanharam a ação. Áudios enviados pela testemunha mostram o desespero da população na cidade.

Conforme o policial que conversou com o Portal A Crítica no início do tumulto e também preferiu não se identificar, mais de 70 balsas dos garimpeiros foram queimadas.  Não houve feridos e nem pessoas presas até o final da noite desta sexta.

O Corpo de Bombeiros informou que não possui um posto na localidade.

Consta, no site do Ibama, que o órgão tem  trabalho na apreensão e desativação de balsas, veículos e outros instrumentos utilizados para o garimpo ilegal em terras indígenas. No último dia 24 de outubro, por exemplo, uma matéria jornalística no site mostra que 29 balsas e máquinas de garimpo na Terra Indígena Kayapó (PA) foram destruídas.

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