Novo porto

Grupo Chibatão planeja porto provisório no Amazonas para driblar seca dos rios

A mudança foi anunciada nesta quarta-feira (24) e faz parte de um planejamento para lidar com o período de seca dos rios, encabeçado pela iniciativa privada por meio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Lucas Motta
25/04/2024 às 09:07.
Atualizado em 25/04/2024 às 09:07

(Foto: Divulgação)

O Grupo Chibatão planeja transportar uma parte do porto que opera em Manaus para o rio Amazonas, com a enseada do rio Madeira, em uma possível vazante crítica neste ano de 2024. A mudança foi anunciada nesta quarta-feira (24) e faz parte de um planejamento para lidar com o período de seca dos rios, encabeçado pela iniciativa privada por meio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM).

O porto provisório funcionaria a partir do deslocamento de uma estrutura com 180 metros de comprimento e 24 metros de largura até um trecho entre o rio Amazonas e a enseada do rio Madeira, a 10 milhas descendo a Foz do Madeira e a 20 milhas de Itacoatiara. A estação faria o transbordo (retirada) das cargas de contêineres de navios para balsas. O Diretor Executivo Geral do Grupo Chibatão, Jhony Fidelis, explicou que a operação tem dois objetivos: o primeiro é aliviar o peso dos navios para que eles possam seguir viagem até Manaus; e o segundo é garantir o seguimento da viagem por balsas no caso de falta de profundidade na lâmina d’água para os navios. O tempo de deslocamento entre Manaus e o porto provisório seria de 12 horas de navegação.

Jhony Fidelis, Diretor Executivo Geral Grupo Chibatão (Foto: Daniel Brandão)

O projeto é acompanhado por autoridades como a Marinha do Brasil e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), além de representantes do Governo do Amazonas, sendo considerado uma ação emergencial, motivo pelo qual teria as liberações para a instalação facilitadas pelos órgãos competentes. O porto estaria disponível entre os meses de setembro e dezembro deste ano, mas para ser instalado precisaria de um período de aproximadamente um mês, segundo o Diretor Executivo.

“Tudo começa com o planejamento, que leva cerca de 90 dias, e mobilizar esse equipamento requer um mês antes de iniciar a operação. É preciso levar maquinários, pessoas, e fornecer energia elétrica”, informou Jhony Fidelis.

De acordo com o projeto, o porto teria capacidade para operar 24 horas por dia no transbordo das cargas, mas a atracação ou desatracação só estaria liberada durante períodos diurnos, por determinação de segurança da Marinha. A operação comercial ainda não tem valores definidos pelo Grupo Chibatão.

 Movimentação da iniciativa privada

 A instalação de um porto temporário é um “plano B” da Indústria e só será necessária caso o Governo Federal não consiga garantir o tráfego hidroviário nas áreas do Tabocal e na Foz do rio Madeira. Em 2023, durante a vazante mais intensa já registrada no Amazonas, esses pontos foram os que apresentaram maiores riscos para a navegação, devido à falta de profundidade adequada ao tráfego das embarcações.

O Grupo Chibatão, em parceria com outros associados do CIEAM, realizou uma série de estudos para verificar quais devem ser os objetivos ao dragar trechos dos rios para garantir a navegabilidade em caso de mais uma vazante crítica. O estudo percorreu a trajetória feita pelos navios e conseguiu mapear as áreas de maior necessidade de atenção para a dragagem. Além do Tabocal e do Madeira, na região Sul, a região Norte também foi identificada como carente de escavação.

O mapeamento gerou um custo estimado de R$ 20 milhões, segundo o CIEAM, e foi entregue ao DNIT no dia 16 de abril. Agora, a expectativa é que ele possa basear a contratação de uma empresa para realizar a dragagem de forma correta, conforme apontou o documento.

Augusto César Rocha, Coordenador da Comissão CIEAM de Logística (Foto: Daniel Brandão)

 “Mais uma vez, a iniciativa privada faz o que é tarefa do poder público. Os custos são muito altos, você não tenha dúvida, mas, em comparação com os prejuízos para a indústria no caso de vazante, parecem até pequenos”, disse o Coordenador da Comissão CIEAM de Logística, Augusto César Rocha.

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