Abastecimento

Manaus garante abastecimento de água em meio à estiagem do Rio Negro

Concessionária afirma que abastecimento de água tratada da cidade está operando dentro da normalidade. Projeções realizadas a partir de monitoramento diário dos níveis do rio não aponta impactos no serviço

Cley Medeiros
12/10/2023 às 08:41.
Atualizado em 12/10/2023 às 10:38

(Foto: Reprodução)

Em meio à estiagem, onde o nível do Rio Negro está apenas 66 centímetros acima da seca histórica de 2010, a concessionária Águas de Manaus afirma que o sistema de abastecimento de água tratada da capital opera dentro da normalidade e que, com as projeções atuais, não há risco de desabastecimento ou racionamento na capital.

A empresa monitora diariamente projeções feitas por sistemas informatizados, utilizando dados oficiais. Possíveis medidas de contingenciamento também já foram planejadas. No entanto, o atual momento não aponta a necessidade de implementação destes planos, conforme a empresa responsável por abastecer a cidade de Manaus.

“A nossa mensagem para a população é que o sistema de água em Manaus, hoje, opera dentro da normalidade e que as atuais projeções não apontam riscos de mudança neste cenário", explica o gerente de operações, Lineu Machado.

Para garantir a captação, tratamento e distribuição de água para a cidade, a concessionária acionou 10 pontos de bombeamento que reforçam o volume de 20 mil litros de água por segundo. 

Mesmo com os atuais níveis do rio Negro, não houve redução no volume de água produzida e distribuída em Manaus. As quatro estações que captam água e abastecem Manaus, permanecem produzindo um volume superior a 20 mil litros de água por segundo, o mesmo dos períodos em que o rio está cheio.

A concessionária adota uma abordagem rigorosa na avaliação do cenário de risco para garantir a normalidade do serviço de abastecimento de água para a população. Esta análise crítica é composta por três variáveis essenciais: medições dos níveis dos rios, temperatura média e capacidade de bombeamento.

As medições dos níveis dos rios na região desempenham um papel crucial na gestão da água. O comportamento do rio negro, em vários pontos do Estado e os dados oficiais do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) são monitorados todos os dias. Essas informações são cuidadosamente consideradas no planejamento do abastecimento de água, para antecipar qualquer cenário que possam causar impactos no serviço em Manaus e permite que a empresa avalie o cenário de risco de forma proativa. Em um momento em que as mudanças climáticas e o crescimento populacional estão pressionando os recursos hídricos, essa abordagem é crucial para garantir a segurança hídrica na capital, destaca Lineu Machado.

As mega bombas que abastecem 556 mil residências estão localizadas em quatro pontos do rio Negro. Duas na Ponta do Ismael, na Compensa, braço do Rio Negro, uma no Mauazinho e uma estação na Ponta das Lajes, situada nas proximidades do encontro das águas entre os rios Solimões, Madeira e Negro.

"Na ponta do Ismael, nós temos 11 conjuntos de bombeamentos. É um sistema robusto que pode ser reforçado conforme o rio vai baixando. Com o rio cheio, geralmente operamos com até seis conjuntos. Neste cenário de seca, temos a necessidade de iniciar a operação em mais conjuntos.  Atualmente, estamos trabalhando com um nível de segurança e ainda possuímos bombas que ainda não foram acionadas e que, podem ser utilizadas como reserva, caso haja alguma mudança brusca de cenário", detalha o gerente de operações.

 Insumos para o tratamento estão garantidos

 O conjunto de ferramentas que precisa passar pelas águas do rio para chegar à estrutura da concessionária foi garantido desde o início do ano. São produtos químicos utilizados para o tratamento efetivo da água, que dependem da logística fluvial afetada pela seca. Para isso, uma grande quantidade de produtos foi estocada.

"Com a avaliação de que teríamos o El-Niño e uma expectativa de vazante neste período, no começo do ano, fizemos um grande estoque de produtos químicos para o tratamento de água. Temos um estoque de produtos para o tratamento de água até o fim do ano", explica o gerente de operações.

Em um cenário mais grave de agravamento da vazante, o diretor de operações explica que o plano de contingenciamento pode ser acionado e inclui a implementação temporária de "bombas móveis", levando-as para além das margens do rio.

Embora o cenário da estiagem não afete diretamente o abastecimento de água na capital, a concessionária reforça mensagens contra o desperdício de água tratada e o uso consciente do recurso. Além disso, a empresa segue com o serviço para regularizar ligações e levar água tratada até as áreas de expansão da cidade, com tarifas diferenciadas e planejamento em colaboração com a Prefeitura de Manaus.

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