Lula no Amazonas

Lula afirma que pretende vir ao Amazonas nas próximas semanas e que quer visitar o Vale do Javari

Visita pode ser formalizada já nos primeiros dias do mês de julho

Malu Dácio
23/06/2022 às 11:32.
Atualizado em 23/06/2022 às 11:32

Ele disse que pretende confirmar a visita ao Amazonas até os primeiros dias de julho (Foto: Reuters)

O ex-presidente Lula e pré-candidato à presidência em 2022 sinalizou nesta quinta-feira (23), o desejo de visitar o Vale do Javari em sua próxima visita ao Amazonas. Ele lamentou os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philip e afirmou que inexistia atuação do governo nesse momento na região. Lula também criticou o sucateamento dos órgãos de proteção e preservação ambiental, defendeu que é possível construir a BR-319 com sistema de fiscalização e prometeu que, caso seja eleito, não haverá garimpo em terras indígenas. A fala aconteceu em entrevista à Rádio Difusora do Amazonas.

“É um dever moral a gente cuidar daqueles que descobriram o Brasil bem antes dos portugueses e que têm direito de viver dignamente da forma que quiserem viver. Quando eu for em Manaus, vou ver se consigo conversar com os indígenas e quem sabe visitar o Vale do Javari”, disse o ex-presidente.

“Desde 2017 pra cá tem gente governando esse país que não se preocupa com isso, que passa por cima disso. Você tem um presidente da república que vai à Manaus e ao invés de visitar quem sabe parentes da vítima, ao invés de visita a família do Bruno, ele vai fazer motociata como se nada tivesse acontecido. Da forma mais irresponsável. Um presidente que não tenha derramado uma única lágrima por mais de 600 mil mortos de covid-19”, criticou.

Lula defendeu que durante os governos do PT, existiu um processo ascendente de fortalecimento da Polícia Federal na região amazônica, fiscalização da região em função do tráfico de armas e de drogas. 

”Lamentavelmente, depois do golpe que fizeram com a presidenta Dilma, toda a estrutura de acompanhamento das reservas indígenas, todo o sistema de fiscalização montado foi sendo destruído e incentivado pelo governo fascista de que era importante abrir a porteira para passar o gado e o garimpo. É uma pena que o governo inexista nesse momento nessa região e que o governo tenha cometido um descaso com a preservação da Amazônia e com a preservação do território indígena e com a saúde da população”, completou.

O presidenciável garantiu que não haverá, se eleito, garimpo em terras indígenas. “É uma questão de lei, de constituição. É um dever moral da sociedade da sociedade brasileira para com os indígenas”, afirmou.

“Nós vamos demarcar o que tiver que demarcar e preservar o que tiver que preservar. O que eu posso dizer é que nós vamos voltar a fazer aquilo que a gente já vinha fazendo. Nós tínhamos diminuído o desmatamento na Amazônia em 80%, nós estávamos fazendo a maior marcação de terras indígenas da história desse país, nós estávamos fazendo territórios que a gente queria que fossem a reservas florestais para que a humanidade pudesse viver mais dignamente com aquilo que a Amazônia poderia contribuir a humanidade”, lembrou.

O ex-presidente afirmou que aguarda ainda no mês de junho e início do mês de julho a conclusão dos acordos para que ele possa vir a Manaus a fim de “fazer atividade política com todas as pessoas que querem nos apoiar”.


BR-319 é possível


Lula afirmou que já teve “muita dor de cabeça” e que já discutiu muito as questões da BR-319, mas que é favorável a um projeto de preservação ambiental. “A estrada já tinha funcionado, ou seja, o abandono da estrada fez com que a floresta crescesse em alguns lugares que tem estrada. Eu acho que se você levar em conta a preservação ambiental, fazer com que os animais possam transitar de lado pro outro, fazendo espaços para eles, você pode construir a estrada, você pode ter um sistema de fiscalização pago pelos próprios usuários da estrada”, defendeu.

“O que não dá e o que não é possível é a gente ficar impedindo o desenvolvimento de determinadas regiões. Essa ligação entre o Amazona é Rondônia é muito importante para o desenvolvimento dos estados. É possível a gente discutir, não existe nada que não se possa fazer se você tiver com responsabilidade, se você tomar os cuidados necessários”, disse.

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