APAGÃO EM MANAUS

Amazonas Energia diz que investigações do ‘apagão’ são de responsabilidade do ONS

A falta de energia afetou 35% do estado e causou prejuízos no comércio local

Emile de Souza
online@acritica.com
16/04/2024 às 15:17.
Atualizado em 16/04/2024 às 15:18

A Amazonas Energia S.A, informou nesta terça-feira (16/04) que as investigações sobre as causas da interrupção elétrica em Manaus, Iranduba, Manacapuru e Presidente Figueiredo são de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O órgão divulgou que o ‘apagão’ foi ocasionado pelo desligamento das linhas 1 e 2 do sistema de Lechuga. 

A concessionária informou que os consumidores que tiveram algum prejuízo ocasionado por falta de energia elétrica no domingo (14/04), podem se dirigir às lojas de atendimento da Amazonas Energia para tomar as medidas necessárias. 

O ONS informou que o apagão afetou 35% da energia do Amazonas e que o sistema foi normalizado às 00h23 da segunda-feira (15/04), devido a dificuldades encontradas pela Amazonas Energia, distribuidora local, para fazer parte dos religamentos e que a distribuidora precisou deslocar equipes de manutenção para religamento de alimentadores. O ONS não divulgou os motivos dos desligamentos das linhas e quais medidas serão tomadas para evitar novos acontecimentos, mas que os agentes responsáveis estão apurando as causas da ocorrência.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seccional Amazonas (Abrasel no AM), Rodrigo Zamperlini, informou que o apagão gerou prejuízos econômicos em toda a cidade.

“As consequências foram profundas e afetaram não apenas a comodidade dos cidadãos, mas também a economia local. Desde o início da tarde até o cair da noite, milhares de estabelecimentos estavam sem eletricidade, impossibilitados de atender seus clientes e, consequentemente, sofrendo graves prejuízos financeiros pela falta de refrigeração, descarte de produtos, evasão de clientes, entre outros”, disse Zamperlini. 

Zamperlini destacou que além dos prejuízos ao comércio com vendas e serviços presenciais, a falta de energia elétrica afetou o online, que funciona por aplicativos e internet.

“A instabilidade na telefonia móvel e nos serviços de internet complicou ainda mais a situação. Os pedidos de delivery, tão essenciais para muitos estabelecimentos, foram prejudicados, visto que muitos clientes não conseguiram efetuar pedidos ou estabelecer comunicação com os estabelecimentos afetados. Somente os locais equipados com geradores de energia conseguiram, de forma limitada, atender às demandas dos clientes”, comentou.

O presidente da Abrasel pediu que políticas de compensação sejam adotadas aos estabelecimentos afetados, para minimizar os danos financeiros. 

O proprietário do restaurante regional Abaré, que funciona em duas unidades, uma no bairro Centro e outra em um flutuante no Tarumã, informou que o domingo é um dos dias de funcionamento e precisou alterar a programação do local pela falta de energia elétrica. 

“Nós tivemos muitos problemas tanto no centro quanto no Tarumã . No centro a energia faltou por volta das 13h e só voltou por volta das 17h. Cancelamos a banda, dispensamos funcionários. No Tarumã a energia voltou por volta das 20h, os transtornos não foram piores pois temos geradores”, contou o empresário.

O empresário Mauro Tiago, dono do restaurante Casa Paraense, também relatou uma perda financeira ocasionada pelo blackout. 

“Dia de domingo é o que mais faturamos no almoço e foi justamente durante o almoço que a luz foi embora, umas 14h da tarde e só voltou sete ou oito horas da noite e reduziu muito o faturamento. Normalmente faturamos R$18 mil reais e por conta disso, registramos R$12 mil naquele dia, uma perda de cerca de 50% das nossas vendas foram comprometidas”, disse. 

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), instaurou um Procedimento Coletivo para apurar as causas e as consequências causadas pelo apagão. O defensor público Christiano Pinheiro da Costa adianta que a Defensoria também deve ajuizar uma Ação Civil Pública contra os responsáveis pelo apagão, exigindo o pagamento de indenização aos consumidores pelos danos causados e a adoção de medidas para evitar que novos apagões ocorram. 

"O nosso objetivo é apurar as responsabilidades e os reflexos que esse apagão causou em toda a coletividade, como na questão da internet, telefonia e também em função do ocorrido com as subestações de captação de água. Então, todo esse procedimento é para apurar as responsabilidades e aparelhar uma futura ação civil pública que será ajuizada na Justiça estadual.

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