A ação do projeto Biblioteca Humana de Manaus aconteceu no hall 2 da Faculdade de Ciências Agrárias da Ufam
(Foto: Jair Araújo )
Tudo era baseado em fatos reais contados pelas próprias pessoas que vivenciaram tais situações. Estamos falando do que aconteceu na primeira Biblioteca Humana de Manaus, realizada na tarde desta segunda-feira (26), pela Comissão de Enfrentamento à Violência Obstétrica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A ação aconteceu no hall 2 da Faculdade de Ciências Agrárias, setor sul do Campus da Ufam, no bairro Coroado, Zona Sul da capital.
De acordo com a professora Jaila Borges, organizadora da atividade, este é um método que surgiu na Dinamarca, nos anos 2000, com uma ONG chamada “Parar a Violência” e foi concebido para promover o diálogo, reduzir preconceitos e estimular a compreensão: “Os encontros são uma oportunidade para a aprendizagem, tendo um papel importante na sensibilização sobre a importância dos direitos humanos para o bem-estar pessoal de todos”, disse.
Os “livros” são pessoas reais, voluntárias, capazes de comunicar a sua realidade pessoal, de que foram vítimas de violência, discriminação ou exclusão social e estejam disponíveis para se encontrar, num ambiente aberto, acolhedor e seguro, com um ou mais “leitores” interessados. Nesta primeira “versão”, a temática da Biblioteca Humana de Manaus foi “violência obstétrica”, um tipo de violência que acontece durante o período de pré-parto, parto e pós-parto.
Para a estudante de Ciências Sociais Izabeli Rabelo Garcia, 20, a experiência foi importante e motivadora. “Eu emprestei o livro ‘Conhecimento e uma pitada de atrevimento’, onde a Louise relatou sua luta para ter parto normal. Ela conseguiu nas duas vezes que ficou grávida, enfatizou que isso é possível para qualquer uma de nós, mas que há barreiras. Por isso é necessário que procuremos ter conhecimento. Assim podemos ter uma vivência que queremos e não uma que o médico quer”, afirmou.
A Biblioteca Humana ficou “instalada” no hall 2 da Faculdade de Ciências Agrárias das 14h às 17h. Quem se interessou em ler um “livro” selecionou o título no catálogo da biblioteca, emprestou e devolve após 20 minutos.