Nível do rio Negro

Cheia em Manaus deixa patamar de inundação severa

Nível do rio Negro, em Manaus, baixou para 28,96 metros nesta sexta-feira (30) e deixou o patamar de inundação severa

Portal A Crítica
30/07/2021 às 22:30.
Atualizado em 09/03/2022 às 00:35

(Foto: Gilson Mello)

Após ultrapassar a cheia histórica e chegar à cota de 30,02 metros, o nível do rio Negro, em Manaus, baixou para 28,96 metros nesta sexta-feira (30) e deixou o patamar de inundação severa. Desde quando atingiu a cota de 29,00m, em 30 de abril, até ontem, o rio Negro permaneceu um total de 90 dias em estágio de inundação de severa, o que também é um recorde. De acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Amazônia Ocidental , publicado na última sexta-feira (30) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), o mesmo aconteceu em outros municípios do Amazonas que sofreram com a cheia.

Apesar do fato do rio ter deixado a ‘cota de inundação severa’ representar um alívio para a situação do Município em geral, O Negro ainda encontra-se acima da chamada ‘cota de inundação’. A pesquisadora Luna Gripp explica que "a ‘cota de inundação’ é estabelecida quando pelo menos um ponto do município está sofrendo inundação. Já a ‘cota de inundação severa’ é caracterizada quando a inundação representa um problema significativo para o município como um todo. Para Manaus, a cota de inundação é de 27,50 m, o que indica que o rio precisa baixar ainda aproximadamente 1,50 m para que nenhum ponto de inundação seja observado na cidade".

O rio Solimões, em Manacapuru (AM), marca hoje 19,77 metros e ainda se encontra na cota de inundação severa, mas já apresenta processo de vazante ao longo dos últimos dias. A cheia na cidade também superou, em 2021, a maior cota observada até então.

Itacoatiara (AM) foi outro município que sofreu com a cheia, inundado pelo rio Amazonas. Do pico de 15,21 metros atingido em 31 de maio, o nível baixou para a cota atual de 14,08 metros e não se encontra mais em inundação severa. Para Itacoatiara, a cota de inundação é de 14,00 m, que deve ser atingida nos próximos dias, indicando o fim do processo de inundação na cidade.

Desde o mês de junho, o nível do rio Negro havia se estabilizado na cota de 30 metros, demarcados no Porto de Manaus (AM). No entanto, o último boletim confirmou as expectativas de processo de vazante dos trabalhos anteriores. De acordo com a publicação do SGB-CPRM, o rio começou a descer de forma mais nítida nas últimas semanas em todas as estações monitoradas, indicando um possível fim do período de enchente em toda a sua calha principal. O nível vem descendo em média 4 centímetros por dia ao longo da última semana.

Chuvas

Durante o período em análise do boletim, 22 de junho a 21 de julho, estação de transição em grande parte da região, o SGB-CPRM ainda observou grandes volumes de chuvas sobre algumas bacias da área de monitoramento. Volumes mais elevados são observados nas bacias localizadas no noroeste da região e os menores no sul da área monitorada.

Segundo os pesquisadores do SGB-CPRM, o rio Negro em Manaus apresenta um hidrograma estável: em 75% dos anos da série histórica, a cota máxima ocorre no mês de junho e em 19% no mês julho. A partir daí, o rio Negro tende a iniciar seu processo de vazante até que atinja a cota mínima. O fim da vazante, por sua vez, não apresenta um período preferencial, podendo ocorrer entre outubro e janeiro do próximo ano.

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