O primeiro bairro a receber as redes aéreas foi a Cachoeirinha, na zona Sul de Manaus, em áreas de palafita da rua General Glicério e do Beco Nonato
A Manaus Ambiental está implantando redes aéreas em algumas regiões da cidade para facilitar os trabalhos de manutenção e acabar com vazamentos. A tecnologia é uma das mais modernas e simples no combate a perdas na rede de distribuição de água tratada.
O grupo Aegea, que recentemente adquiriu a Manaus Ambiental, é um dos pioneiros no uso do método. Nas regiões onde atua, a empresa sempre busca aplicar soluções de saneamento de acordo com a geografia e demais especificidades dos locais.
O primeiro bairro a receber as redes aéreas foi a Cachoeirinha, na zona Sul de Manaus, em áreas de palafita da rua General Glicério e do Beco Nonato. As casas antes eram abastecidas por canos clandestinos, quase sempre submersos nos igarapés. Além de ter contato direto com esgoto, as ligações possuíam vazamentos difíceis de serem localizados, principalmente nos períodos de cheia. A Manaus Ambiental substituiu a estrutura irregular por tubos elevados na altura das pontes de madeira, dentro dos padrões NBR e sem contato com o Igarapé. Os hidrômetros também foram afixados nas paredes das palafitas, na altura da entrada das casas.
Em dois meses, o bairro recebeu 430 metros de redes aéreas nos becos Nonato, Gal Glicério e Mestre Chico 2, atendendo 112 residências nesta região. A concessionária também realizou 1.536 metros de extensão de redes de água pela Cachoeirinha, beneficiando 334 residências. Os ganhos para a garantia da qualidade da água e maior facilidade no combate às perdas trazem mais eficiência e sustentabilidade ao sistema.
Programa Vem com a gente
A instalação das redes aéreas em Manaus integra o Projeto ‘Vem com a Gente’, lançado pela concessionária em agosto, que visa maior proximidade da empresa com a população, oferecendo serviços nos bairros com agilidade e comodidade aos moradores. De acordo com gerente do Vem Com A Gente, Waldyr Vilanova, diversos moradores de palafitas regularizaram suas ligações, garantindo o abastecimento de qualidade oferecido pela Manaus Ambiental. “Nessa localidade, caso houvesse algum dano na rede convencional, em período de alagamento, não era possível fazer o reparo até o escoamento da água acumulada. Hoje, com o molde aéreo, a rede não tem contato com os igarapés, o que facilita a execução dos serviços”, explica Waldyr Vilanova.
Melhorias e padronização
Além das redes aéreas, também foram instalados hidrômetros elevados para garantir que não haja contato das novas ligações com alagamentos. Moradora do beco São João há 20 anos, a costureira Carmem Rodrigues foi uma das que recebeu o benefício. “Eles vieram aqui em casa e eu pude expor todos os problemas que tinha junto a concessionária, inclusive referente ao meu hidrômetro. Toda vez que vivemos a enchente, perco o aparelho e tenho de adquirir outro. Agora, eles levantaram ele do chão. Já renegociei uma dívida que estava me tirando o sono. O trabalho está de primeira e neste caso, temos de parabenizar”, disse a costureira. Os moradores ainda são incluídos na Tarifa Social, benefício que concede 50% de desconto na conta de água, e orientados quanto ao consumo consciente.
As ações nos bairros da Cachoeirinha e Raiz beneficiaram, entre solicitações de novos serviços, renegociações de dívidas e instalações, cerca de 10 mil pessoas. Nesta semana, o “Vem com a Gente” iniciou as atividades na Colônia Oliveira Machado, também na zona Sul. As vans de atendimento itinerante estão no educandário Gustavo Capanema, na rua Felismino Soares, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, para atender às famílias.
Até o fim do ano, o programa deve passar pelos bairros Educandos, Distrito Industrial, Praça 14 de Janeiro, Presidente Vargas, Nossa Senhora Aparecida, São Raimundo, Glória, São Jorge, Compensa, Santo Agostinho e Nova Esperança. A expectativa é que 252.000 pessoas sejam atendidas até o mês de dezembro.
Investimentos
A Manaus Ambiental, com a nova gestão da Aegea, pretende investir R$ 880 milhões, nos próximos cinco anos, em esgotamento sanitário e abastecimento de água na capital. As ações fazem parte das metas da Aegea para que Manaus tenha, até 2030, 80% do esgoto coletado e tratado.