Segundo a concessionária, bairros onde o sistema foi instalado obtiveram grande diminuição nas perdas não técnicas de energia elétrica. Segundo eles locais onde a conta aumentou provavelmente não estavam cobrando os valores corretos anteriormente
Representantes da Amazonas Energia fizeram algumas demonstrações dos funcionamentos do novo sistema de medição aérea, ponto central de polêmica na capital amazonense (Foto: Junio Matos)
Alvo de protestos em vários bairros de Manaus, os medidores aéreos têm registrado diminuição de aproximadamente 41% na perda não técnica de energia elétrica, conforme a Amazonas Energia. A análise, apresentada nesta quarta-feira (5) à imprensa pela concessionária, englobou cinco bairros, dentre eles: Cidade Nova, Lagoa Azul, Nova Cidade, Parque 10 e Planalto, onde estão instalados o Sistema de Medição Centralizada (SMC).
Para o diretor institucional da Amazonas Energia, Raydir Gomes, na soma total de desperdício, antes da instalação do SMC, a perda nestas áreas correspondia a 63,19%. E, após a instalação do aparelho e troca de cabeamento, baixou para 22,34%. Na avaliação do diretor, os dados mostram a contenção de furtos de energia elétrica após a instalação de medidores.
Segundo a concessionária, o sistema de medição aérea vem dando resultados na contenção de furtos de energia elétrica
Sobre denúncias de aumento de faturas de energia elétrica depois da instalação do equipamento, ele refuta que o aumento na conta de energia do consumidor só ocorre em residências que antes tinham ligações clandestinas.
“Com relação ao aumento das faturas, geralmente essas pessoas que foram selecionadas e os medidores foram instalados, elas não deveriam estar pagando corretamente suas faturas, por isso que aumentou". Segundo Raydir Gomes, os dados foram auditados pelos órgãos Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-AM) e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Depois da decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas que proibiu, no dia 28 de março, a instalação dos medidores aéreos de energia elétrica – o Sistema de Medição Centralizado (SMC) –, a concessionária suspendeu as novas instalações. Quanto aos aparelhos já instalados em bairros da capital amazonense, os mesmos continuam em funcionamento, conforme destaca o diretor institucional.
Quanto à lei sancionada pelo prefeito David Almeida (Avante), de autoria do presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (PSC), que considera os medidores aéreos como equipamentos que provocam poluição visual, o diretor afirma que entrará com meios jurídicos para derrubar a legislação.
"No meu entendimento, a lei vem com um único objetivo: o de proibir a instalação do medidor. Mas a gente respeita as decisões dos vereadores, e nós vamos combater (a legislação) com a nossa área jurídica e com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) para que possamos retomar o nosso trabalho".
Raydir Gomes não concorda que os medidores aéreos poluam visualmente a capital amazonense. "Quando você anda na cidade de Manaus, você vê a quantidade de rede de internet morta em nossos postes. Nós tiramos cerca de 8 toneladas de redes e isso, sim, é poluição visual. Essa rede de internet pode ser enterrada, já a elétrica não".
Ainda durante a apresentação dos dados, Raydir Gomes destacou inúmeros benefícios do Sistema de Medição Centralizada (SMC) que vão desde a contenção de desvios, irregularidades e ligações clandestinas, até a redução de oscilações e quedas de energia, bem como a velocidade no atendimento ao consumidor que pode acessar o consumo da medição diária pelo celular por meio de um aplicativo da Amazonas Energia.
Conforme a Amazonas Energia, ao todo, 12 bairros receberam o novo equipamento SMC, com o total de 16.251 unidades consumidoras instaladas. Além dessas instalações, o projeto já promoveu a troca de 471 transformadores, "adequando" as cargas fornecidas em 60 alimentadores nos bairros Cidade de Deus, Cidade Nova, Colônia Antônio Aleixo, Colônia Santo Antônio, Lago Azul, Lírio do Vale, Mauazinho, Nova Cidade, Novo Aleixo, Parque Dez, Planalto e Tarumã.