celebração católica

Santo Antônio: Devoção que renova a cada dia 13 por diversos motivos

Devotos de todas as zonas de Manaus visitam a famosa capela do ‘Pobre Diabo’, erigida pelo comerciante Antonio Vitelo, em honra do santo casamenteiro e um dos mais populares entre os fiéis da igreja católica

Isabelle Valois
13/06/2016 às 22:24.
Atualizado em 11/03/2022 às 23:43

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Muitos cristãos o consideram o santo casamenteiro, mas os devotos de santo Antônio - cujo dia foi comemorado ontem - e pagadores de promessa afirmam que o santo vai muito mais além, pois atende os pedidos das causas impossíveis, se aproximando de são Judas Tadeu - das causas difíceis e desesperados  - e santo Expedido - das causas urgentes. Em Manaus, o santo que batiza bairro na Zona Oeste, também espalha devoção e marca a história desta capital.

Quem nunca ouviu falar na capela do Pobre Diabo? Localizada na rua Borba, bairro Cachoeirinha, Zona Sul, a capela é de devoção a santo Antônio. Construída no século passado, com um espaço apropriado para 20 pessoas, todo o dia 13 de junho recebe a visita de muitos devotos, pagadores de promessa, além daqueles que desejam conhecer por dentro a capela e saber um pouco mais da origem dela.

Hoje a capela é administrada por Fernando Coelho, que há mais de 30 anos é encarregado de manter o zelo e dar continuidade a fé e devoção que iniciou com o português que se chamava Antônio Vitelo. Dono de um comércio, Antônio era bem conhecido por causa de uma placa que sempre esteve dentro do estabelecimento com os dizeres: Fiado só ao pobre diabo. Eis a origem do nome da capela.

Fernando contou que todos os anos, a igreja passa o dia 13 com as portas abertas, mas o que muitos não sabem é que ele juntamente a 15 devotos, sempre no dia 13 de cada mês, a partir das 18h, realizam a novena ao santo Antônio. “No mês de junho a programação é bem diferente. A partir do primeiro dia do mês, seguido de 13 dias, todas as noites realizamos o trezenário ao santo”, informou.

Nesses dias, muitos devotos que pagam promessa procuram Fernando para realizar a doação de pães que são distribuídos no dia do santo. Este ano, por exemplo, foram mais 10 mil pãozinhos distribuídos. “A tradição da doação do pão também ocorre nesta capela. A ideia de se entregar o pão é uma forma repassar prosperidade. Muitas devotos não comem o pão de santo Antônio, eles colocam em um prato com grão de arroz ou farinha como fruto da prosperidade e todo ano precisa ser trocado pelo novo pãozinho”, detalhou.

Após o dia de visita, no final da tarde se realiza uma procissão do santo até a igreja de Santa Rita, onde é realizado a 13ª noite de novena seguido de missa.

Personagem: Elizabeth Barbosa

Antiga moradora do bairro de Educandos, Zona Sul,  Elizabeth Barbosa, 83, desde que recebeu a primeira comunhão na capela de santo Antônio, em 1951, todos os anos visita o local que marcou a fé e devoção.  Agora vai acompanhada dos filhos e netos . A aposentada contou que nunca pediu algo ao Antônio, mas sempre recebeu muitas graças. “Ele sempre foi maravilhoso comigo e com a minha família e por isso que todos os anos precisamos vir aqui na capela, acender uma vela, rezar e agradecer por todas as graças”, disse.

Capela foi construída depois de graça alcançada

Dono de uma taberninha na antiga praça General Osório, bairro Cachoeirinha, Zona Sul, Antônio Vitelo é  devoto de santo Antônio e fez uma promessa que se conseguisse progredir e construir a padaria que almejava, destinaria boa parte do lucro na construção de uma capela nas proximidades e a dedicaria ao  santo casamenteiro.

A promessa foi atendida e no início da rua Borba o comerciante abriu a padaria Santo Antônio. Para cumprir com os deveres ao santo, iniciou a construção da capela. No meio das obras, Antônio ficou muito doente e legou  a esposa, Cordolina  Vitelo, a obrigação de dar  continuidade as obras da capela.

Cordolina acatou o pedido do marido e deu continuidade aos trabalhos destinado a capelinha. Após o falecimento do marido, ela  repassou os cuidados da devoção ao santo e da capela para uma das patrícias - mulheres que também eram portuguesas e seguiam a devoção - e esta deu continuidade. A patrícia responsável pela capela foi a avó de Fernando Coelho que hoje é o atual administrador.

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