Editorial

Combate à insegurança alimentar

Infelizmente, uma grande parcela das famílias segue se alimentando mal, a ponto ter a saúde de seus membros comprometida

acritica.com
26/04/2024 às 09:09.
Atualizado em 26/04/2024 às 09:09

(Foto: AFP)

Vem tendo destaque no noticiário o fato de que a segurança alimentar nos lares brasileiros voltou a crescer em 2023. Basicamente, isso significa que mais famílias passaram a ter acesso a uma alimentação minimamente digna. Dados do IBGE revelam que, no quarto trimestre do ano passado, 72,4% dos domicílios estavam em situação de segurança alimentar, uma melhora de nove pontos percentuais em relação à última pesquisa do IBGE a abordar o tema, em 2018.

Infelizmente, uma grande parcela das famílias segue se alimentando mal, a ponto ter a saúde de seus membros comprometida, bem como o desenvolvimento de suas crianças. E mais: a maior parte da insegurança alimentar se concentra nas regiões Norte e Nordeste, onde 40% das famílias não têm o suficiente para se alimentar direito.

O atual governo federal criou um ministério para promover a segurança alimentar no País, mas o problema requer ações mais profundas e abrangentes. A falta de acesso a alimentos com qualidade e na quantidade necessária ao mínimo existencial é problema causado por diversos fatores. Sem renda adequada, as pessoas não conseguem comprar toda a comida que necessitam; a precariedade financeira se reflete na alimentação das famílias. A questão é agravada pelos preços dos alimentos, que vêm subindo acima da inflação desde outubro do ano passado. Só este ano, em janeiro e fevereiro, a alta chegou a 2,95%, mais que o dobro do 1,25% do IPCA, índice oficial de inflação.

O IBGE também revela, para surpresa de ninguém, que o quadro de insegurança alimentar também reflete a desigualdade racial existente no País desde sempre. Entre os domicílios com insegurança alimentar, quase 70% dos responsáveis eram pretos ou pardos. 

Não existe receita pronta para resolver a insegurança alimentar no País, especialmente no Norte e no Nordeste, onde a situação é mais delicada. O quadro está diretamente ligado à pobreza da população. A economia precisa melhorar, com maior oferta de trabalho, geração e melhor distribuição de renda, combinados com recuo nos preços dos alimentos... questões que não se resolvem da noite para o dia e que não dependem de mera vontade política. 

A melhora nos índices de segurança alimentar precisa ser contínua. É um desafio que o Brasil precisa enfrentar e vencer enquanto Nação, independentemente de ideologias, credos e outras preferências.

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