Editorial

Como enfrentar o marcado ilegal no Brasil

A ilegalidade levou à perda de 530 mil postos de trabalho e na geração de 535.7 mil vagas no mercado de trabalho com carteira assinada.

acritica.com
23/04/2024 às 09:24.
Atualizado em 23/04/2024 às 09:24

(Foto: Agência Brasil)

O financiamento de atividades ilegais no Brasil não é novidade, o que chama atenção no documento elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), é a celeridade, a expansão e diversificação dessas ações movimentando valores estimados em R$ 500 bilhões.  

Em 2021, de acordo com a pesquisa, o mercado ilegal gerou no Brasil perda superior a R$ 336,8 bilhões, maior que o Produto Interno Bruto (PIB) dos estados da Bahia e de Sergipe, quando somados. A ilegalidade levou à perda de 530 mil postos de trabalho e na geração de 535.7 mil vagas no mercado de trabalho com carteira assinada.

Na Amazônia, o mercado ilegal ganha cada vez mais espaço e se infiltra nos setores públicos e privados. Além dos recursos financeiros públicos apropriados por esses grupos, um sistema paralelo funciona para estabelecer as regras de funcionamento e, nelas, as formas de acesso e os vetos, as sujeições, a violência como mecanismo de impulsionar determinados projetos de ‘desenvolvimento’.

Ações do Ministério Público e  da Polícia Federal mostram como grupos de narcotraficantes se apropriaram de espaços públicos e passaram a atuar como empresários de pequeno, médio e grande portes. Ganharam e ganham licitações para realizar serviços nas instituições públicas e passam a tomar conta e a estabelecer critérios de funcionamento desses serviços.

Os dois dados tratam de questões do mesmo campo e expõem um problema de proporção gigantesca, com conexões internacionais e atores/instituições diversos.  O que vem a público sobre o esquema implantado assusta embora sejam pedaços das ações ilegais e das organizações que as patrocinam.

Como enfrentar um processo que está determinando um modelo de administração pública na maioria das cidades brasileiras? É a pergunta que aguarda resposta a partir do governo federal e dos organismos de controle, de um lado, agindo por meio de operações determinadas como resultado de investigações e, de outro, na construção de um pacto nacional para combater o sistema de ilegalidade.

Este é também um desafio ao se considerar as muitas ramificações que foram construídas em diversos ambientes para fazer a rede criminosa funcionar. Se houver determinação política, os mecanismos legais que o país possui e as tecnologias na área de informação amparam a tomada de decisão para estabelecer uma base firme da legalidade.       

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