O quadro agravado a partir de 2019 envolve a falta de alimentos, de atenção médica integral, a creche e exposição aguada a violência
(Foto: Agência Brasil)
A situação das crianças na Amazônia se mantém crítica. É esse segmento da população o que mais sofre privações de acordo com dados de organizações como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Fundo das Nações Unidades para a Infância (Unicef).
O quadro agravado a partir de 2019 envolve a falta de alimentos, de atenção médica integral, a creche e exposição aguada a violência. No ano 2020, um estudo da Fundação Abrinq mostrou que na Região Norte do Brasil a mortalidade na infância (menores de 5 anos)é de 18%, a gravidez na adolescência está em 23%;´população sem acesso à distribuição de água em condições de consumo humano, 43%; e sem coleta de esgoto – 74%. Os casos de estupro de crianças e adolescentes do sexo feminino somam 91%.
A exploração sexual de criação e de adolescentes do sexo feminino tem taxa de 89% e 400 mil crianças e adolescentes estão ocupados por trabalho quando deveriam ter a escola como referência de ocupação.
No Amazonas, a desnutrição e sequelas da desnutrição são significativas e elevam os casos de internação de bebês. São 250 mil crianças pobres fora da creche e 88,3% das crianças e adolescentes do Estado vivem em situação de pobreza, alerta o Unicef. O que os números revelam é um quadro crítico a que foram lançadas as crianças e adolescentes, a maioria delas filhos de mães solo que por sua vez vivem em condições precárias e que também necessitam de cuidados.
É urgente que os governos implementem programas de atenção integral às crianças e adolescentes de longo prazo e que as representações institucionais e a sociedade sejam corresponsáveis no desenvolvimento das ações. Há necessidade urgente de superar a aparente insensibilidade reinante em relação ao drama vivido pelas crianças e os adolescentes.
Um desenvolvimento que não incluía bons serviços de atenção e de proteção as crianças, aos adolescentes, jovens e mulheres é em si frágil e inadequado porque ignora a dimensão socioeconômica e cultural abrangente que devem ser parte inegociável da noção de desenvolver.
O panorama na Amazônia e no Amazonas denuncia o abandono gradativo em anos anteriores de programas que contribuíam para garantir alimentos e assistência médica a essa população. O acesso à creche embora tenha melhorado ainda é inacessível para a maioria dessas pessoas.