OPINIÃO

Miami e Arábia Saudita: Os novos ares do marketing futebolístico

Todos saíram ganhando. E ganhando muito bem, diga-se de passagem

Por Yan Bártholo*
18/08/2023 às 14:17.
Atualizado em 18/08/2023 às 14:17

Pela primeira vez, desde 2002, a Europa fica órfã de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar. Três dos maiores jogadores que o futebol já viu, acabam de abandonar o pólo mundial do esporte para colocar Miami e Arábia Saudita na mira das maiores marcas e veículos de comunicação do mundo inteiro. Consequentemente, essa movimentação atrai o olhar de todos.

Os norte-americanos e os árabes têm pouquíssimo tempo nos radares do mundo futebolístico. Nunca foram lugares de muita tradição no esporte. Mas nos últimos meses têm ficado cada vez mais em evidência depois das contratações bilionárias feitas no mercado da bola. 

Cristiano Ronaldo chegou no clube de futebol Al Nassr, da Arábia Saudita, para ganhar cerca de 2 bilhões de reais por duas temporadas. Isso significa uma bagatela de mais de 80 milhões de reais por mês e quase 3 milhões de reais por dia, transformando-se no jogador de futebol mais bem pago do mundo. 

Neymar foi contratado pelo time rival, o Al Hilal, com um acordo salarial de pouco mais de 1,6 bilhão, também por duas temporadas, o que equivale a uma miséria de quase 70 milhões de reais por mês e, aproximadamente, 2,2 milhões de reais por dia, ficando, assim, em segundo lugar no ranking de jogadores com o bolso mais forrado de dinheiro.

Já o Messi, depois de chutar uma oferta bilionária feita pelo mesmo time que contratou seu antigo brother de Barcelona, Neymar, acabou fechando com o Inter Miami. O clube, que tem como dono David Beckham, ofereceu uma mixaria de 300 milhões de reais por temporada. Parece pouquíssimo comparado aos outros, né? Mas tem muita coisa por trás.

A Major League Soccer (MLS), maior liga de futebol dos Estados Unidos e a Apple, também ofereceram a Messi uma parte da receita gerada por novos assinantes do pacote de streaming da liga no AppleTV+. Além da Adidas, que por ser um dos maiores patrocinadores, ofereceu a ele a opção de adquirir parte de uma franquia da MLS quando terminar o contrato com o Inter Miami. 

Então, no final das contas, tudo se encaixou direitinho para Messi, Neymar e Cristiano. Todos saíram ganhando. E ganhando muito bem, diga-se de passagem. Principalmente os times e seus respectivos países, que agora estão no centro das atenções dos investimentos de marketing do futebol. 

Para que vocês tenham uma ideia, o Inter Miami tinha 3 milhões de seguidores no Instagram antes de Messi entrar e, agora, possui quase 14 milhões. O Al Nassr foi de menos de 1 milhão a mais de 17 milhões de seguidores com a chegada de Cristiano. E o Al Hilal ganhou 2 milhões de seguidores em apenas 1 semana de anúncio da chegada do nosso menino Ney, que de menino não tem mais nada. 

Enquanto os bilionários vão brincando de Banco Imobiliário no futebol, as marcas vão tendo que se movimentar e moldar novas maneiras de produzir conteúdo. As abordagens de entretenimento vão mudando e, cada vez mais teremos novos Messis, Cristianos e Neymares saindo dos lugares mais diferentes do mundo. Brasil e Europa já não serão mais alguns dos únicos berços da bola. A globalização chegou no futebol.


* Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, pela UniNorte. Formado em Redação Publicitária pela Miami Ad School/RJ. Premiado pelo Andy Awards NYC, Effie Awards México, El Ojo de Iberoamerica, FIAP, Young Lions México, Círculo Creativo de México, Colunistas RJ y Wave Festival RJ. Passou pela agência Ogilvy & Mather México, VMLY&R México e Only If-The How Company. Atualmente, é Diretor de Criação da agência Nau Brands.

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