OPINIÃO

O que você quer ser quando crescer?

Tem muito pintor embutido em corpo de médico, muito tatuador disfarçado de advogado e muito músico fantasiado de engenheiro

Por Yan Bártholo*
27/10/2023 às 16:26.
Atualizado em 27/10/2023 às 16:26

Antigamente, nos tempos dos nossos pais e dos pais dos nossos pais, era mais difícil seguir uma carreira “criativa”. Muita gente acabava escolhendo Medicina, Direito ou Engenharia, por pressão social ou por ter que seguir os passos da família. Essas eram as profissões destinadas aos mais “inteligentes”. 

A criatividade e a arte eram deixadas um pouco de lado, diminuídas pela sociedade, porque não “davam dinheiro”. Muitos desses médicos, advogados ou engenheiros talvez até quisessem ter estudado algo relacionado à criatividade como expressão artística, mas não o fizeram. Por isso, muitas pessoas eram e algumas ainda são frustradas com suas carreiras. Tem muito pintor embutido em corpo de médico, muito tatuador disfarçado de advogado e muito músico fantasiado de engenheiro. 

Se você falasse, antes, que tinha o sonho de ser um artista e viver da sua arte, poderia muito bem esquecer isso e focar em uma profissão que fosse pagar de verdade. Todos temos contas para pagar e esperar que a arte e criatividade pagassem o que precisamos pra sobreviver era necessário ter muita disposição, muito amor pelo que faz e muita resiliência.

A educação brasileira tinha uma parcela de culpa nisso. E ainda tem, na verdade. Afinal, a maioria das escolas ainda não possui uma grade de matérias escolares que valorize a arte e a criatividade como fazem com outras matérias mais “importantes”. A boa notícia é que tudo isso está melhorando. Estamos vivendo um momento de supervalorização da criatividade.

Muitas empresas começaram a entender que, para serem vistas nesse mar de marcas, precisam ter cada vez mais pessoas que possam encontrar um diferencial criativo no trabalho que exercem. Não importa o que seja. Tanto nas profissões tradicionais, como nas mais diferentes e até nas que começaram a nascer nos últimos anos.

Hoje, existem profissões que não existiam antes. Agora, as pessoas podem ser influencers, tiktokers, youtubers, gamers etc. Você pode ganhar a vida fazendo dancinhas na frente do celular e até milhões jogando videogame. O céu não é mais o limite para as profissões “criativas”. No caso, nem existe mais céu nessa equação.

Além disso, com o boom das redes sociais, montar um negócio e divulgá-lo ficou muito mais fácil, mais rápido e mais prático, possibilitando um aumento cada vez maior de diferentes tipos de empreendedores. A viralização é um fenômeno que mostra o quanto ser conhecido e vender sua profissão, se transformou em algo fácil. O grande desafio, aqui, é se manter nesse status.

 Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, pela UniNorte. Formado em Redação Publicitária pela Miami Ad School/RJ. Premiado pelo Andy Awards NYC, Effie Awards México, El Ojo de Iberoamerica, FIAP, Young Lions México, Círculo Creativo de México, Colunistas RJ y Wave Festival RJ. Passou pela agência Ogilvy & Mather México, VMLY&R México e Only If-The How Company. Atualmente, é Diretor de Criação da agência Nau Brands.

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