EDITORIAL

O grande negócio do Brasil atual

A crise, nesse setor, como demonstra o nível de crescimento oficial, não existe

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24/05/2022 às 07:07.
Atualizado em 24/05/2022 às 07:07

A crise, nesse setor, como demonstra o nível de crescimento oficial, não existe (Foto: JOHN SOMMERS II (REUTERS)

O porte de armas de fogo por parte da população e de determinada organizações expõe o avanço de outra realidade profundamente delicada no País. Dados oficiais apontam para crescimento de 33% na compra de armas e de 574% no de registro das armas pesadas em 2021 na comparação com 2020.

A crise, nesse setor, como demonstra o nível de crescimento oficial, não existe. Os negócios das armas no Brasil ganharam projeção e se tornaram parte de ações governamentais incentivadas. Embora exista aparato legal para aquisição e uso de armas no País, o que verifica na atualidade é apoio contínuo ao armamento inclusive por parte das pessoas na perspectiva de que esse é um meio de assegurar e ampliar a defesa ou, dito de outra forma, de fazer segurança pública.

No geral, a promoção do uso de armas e, em particular, de armas de fogo é nociva e resulta em cenas de violência, morte de pessoas inocentes e de atos da justiça pelas próprias mãos. Facilita os negócios de grupos milicianos e narcotraficantes que atuam como poder paralelo cada vez maior nas cidades brasileiras. O cenário que está formado é desafiador e tem indicação de agravamento diante da promoção do discurso em defesa das armas de fogo de forma ampla o que significa colocar munição nas mãos dos que podem comprar e assumir os gastos, pessoas ricas, classe média alta, grupos que atuam à margem da lei.

Manaus é um exemplo dessa realidade não questionada. O número de assaltos a mão armada em escalada, os assassinatos e a utilização de motocicletas como meio de transporte para o exercício do crime. O movimento crimino na capital parece fora de controle por parte do Estado e segue em ritmo acelerado em direção aos outros municípios amazonenses.

A fragilidade das ações de enfrentamento aos negócios do crime pode ser entendida como omissão oficial no fortalecimento do debate, planejamento e na definição de ações de segurança pública no Estado e em Manaus onde a insegurança explode no centro, em bairros, nas esquinas e praças. A sensação de desproteção toma conta da maioria da população que não tem acesso aos serviços básicos de segurança pública e não pode pagar o preço por esquemas de segurança privada.

        

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