Bumbá azul e branco

Caprichoso impressiona o público com rituais e lendas cinematográficas

Veleiro Cabano e Hutukara Yanomami deram o tom da grandiosidade das alegorias, além da boa evolução dos itens individuais

Gabrielly Gentil
online@acritica.com
02/07/2023 às 03:51.
Atualizado em 02/07/2023 às 03:51

Touro Negro surgiu na galera agitando o torcedor na arquibancada (Foto: Márcio Silva)

Parintins (AM) - A segunda noite de apresentação do boi Caprichoso celebrou as diversas formas de resistência do Touro Negro da América. O espetáculo, que levou o subtema “Resistência: A Força da Nossa Existência” ecoou brados de resistência como, a Cabanagem, a luta pela demarcação dos direitos e dos quilombos amazônicos, os yanomamis e a luta dos movimentos sociais. O espetáculo finalizou dentro do tempo regulamentado. O boi da estrela também fechará a última noite do 56º Festival Folclórico de Parintins.

A primeira aparição do boi da estrela foi do alto. Ele adentrou a arena pelo módulo aéreo, ao lado do levantador Edmundo Oran e do Sanfoneiro. Cleise Simas, a Rainha do Folclore, saiu de dentro da alegoria que representava a Lenda Amazônica "Veleiro Cabano", para a tão esperada evolução. 

Do alto, surgiu o levantador de toadas Patrick Araújo e o boi de pano (Fotpo: Márcio Silva)

 Após sua evolução, todos os olhares se voltaram para o alto, onde estava posicionado o módulo com cavalinhos. E enquanto a vaqueirada se posicionava  ao fundo da arena, os guardiões dos bois Caprichosos, e os cavalinhos chegavam na arena do bumbódromo, Pai Francisco, Mãe Catirina e Gazumbá.E a vaqueirada evolui ao som das toadas “Sou Vaqueiro do Meu Boi” e “Somos Vaqueirada”.

As Tribos se posicionam ao fundo da arena e o levantador, Patrick Araújo, conduziu  as tribos indígenas. O espetáculo coreografado iniciou com a toada “Caminhando e Cantando”,  para o início da toada de evolução das tribos.Das arquibancadas, a galera jogava flechas para o alto.

Levantador de toadas Patrick Araújo conduziu as tribos em um dos atos da apresentação (Foto: Jeiza Russo)

 O Prince do Caprichoso versou pela segunda vez na arena e a galera azul e branca acompanhava, cantando o refrão “brilhou, reluziu, Caprichoso é a estrela do Brasil”. A figura típica regional  homenageou os Quilombolas da Amazônia. 

A porta-estandarte, Marcela Marialva, evoluiu ao som da toada “Deusa da Paixão”. A dona do pavilhão carrega o estandarte que representa todos que lutaram e lutam pela resistência. 

Execução da Exaltação Cultural

A alegoria se transformou e do alto dela surgiu o boi Caprichoso, conduzido por São Benedito, içado no guindaste, à Arena do Bumbódromo, onde evoluiu ao som da toada “Boi de Negro”.

Valentina Cid, a Sinhazinha do Boi Caprichoso, chegou ao som de “Eu Vi Mamãe Oxum na Cachoeira”, entoada por Paula Gomes. A indumentária azul e amarela, que dava forma a uma sereia, de repente se transformou em um brilhante vestido branco, assinado pelo artista Kaleb Aguiar. E a evolução dela, que defende o item 7, seguiu os passos tradicionais de bailarina do boi da estrela.

Valentina Cid mostrou toda a sua leveza e encando ao evoluir na Arena do Bumbódromo (Foto: Jeiza Russo)

Rito de Resistência Hutukara Yanomami

 Um recado para as lideranças indígenas Davi e Dario Kopenawa, “Onde você estiver saibam que estamos em luta, junto com o povo Yanomami”, foi assim que iniciou o tributo ao povo. Na sequência, Patrick Araújo performou ‘Hutukara  Yanomami – Um Canto Para Davi Kopenawa.

Lenda Amazônica 'Veleiro Cabano de Uaicurapá' impressionou a todos pela grandeza da apresentação (Foto: Márcio Silva)

Cunhã-Poranga

 Uma enorme alegoria em formato de coruja, içada no guindaste, conduziu a cunhã-poranga Marciele Albuquerque ao chão da arena. Do alto, a nativa munduruku já se movimentava; E, ao pisar no chão do bumbódromo, evoluiu com seus passos característicos tribais. No corpo, as pinturas corporais de jenipapo chamavam atenção do público presente.

Marciele Albuquerque mostrou o porquê é considerada uma verdadeira guerreira munduruku, (Foto: Junio Matos)

 Os tuxauas evoluíram na arena com suas indumentárias confeccionadas com palha e cipó. A apresentação seguiu com Patrick Araújo cantando a toada ‘Feito de Pano e Espuma’, com a participação do coral em libras do Liceu de Artes de Parintins, mostrando que o boi Caprichoso valoriza a inclusão. Das arquibancadas, luzes azuis e brancas iluminavam o espetáculo.

Ritual indígena

O ritual indígena foi um dos pontos altos nesta segunda noite de apresentação do boi Caprichoso. Uma grande alegoria com vários módulos se transformavam até a aparição do Pajé. Do alto, no guindaste, um módulo segurava duas ‘cabeças’. A cênica da evolução do ritual indígena, que surpreendeu quem estava na arena,é de Fabiano Baraúna

(Foto: Márcio Silva)

(Foto: Junio Matos)

(Foto: Junio Matos)

(Foto: Junio Matos)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

(Foto: Jeiza Russo)

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